Vídeos ao vivo de artistas são “antídotos” para que famílias permaneçam em casa

Vídeos ao vivo de artistas são “antídotos” para que famílias permaneçam em casa

Durante o período de confinamento geral que o país viveu entre 27 de Março a 25 de Maio, mediante a decretação do Estado de Emergência, o contacto com o mundo exterior era única e exclusivamente virtual, salvo em algumas excepções que permitiam o contacto físico, mas nunca para momentos de recreação e lazer. Daí que alternativa encontrada sobretudo para os músicos foram os hoje conhecidos “Lives”.

É por essa via que as famílias conseguiam descontrair e ver amenizado o “esconderijo” do inimigo invisível causador da Covid-19.

A nossa reportagem igualmente em conversa virtual por via das redes sociais, contactou determinados cidadãos que consideraram os vídeos ao vivo (Lives) dos artistas, principalmente da música, como o principal “antídoto” para que as famílias permanecessem em casa, cumprindo escrupulosamente as medidas preventivas de combate à Covid-19, sob orientação das autoridades sanitárias do país, muitas vezes sob o olhar e ouvidos atentos às propostas dos músicos da nossa praça.

“Ouvir música é por si só, uma terapia, nos faz viajar, às vezes refletir e muitas outras nos anima e o seu ritmo contagia quem a ouve, levando mesmo a forçar um pé de dança.

Então, mais nesta fase, em que estão proibidos os contactos físicos, os grandes shows presenciais e os grandes bailes que levam-nos a dançar até com desconhecidos, a alternativa têm sido, de facto, os músicos que apaziguam as nossas mentes e na leveza das sonoridades, somos contagiados e com tónica de proximidade apenas com a família”, começou por contar a nossa interlocutora Luísa Simão.

Ela, em conversa, conta que não imagina o mundo sem a pitada musical. Porque para ela a música mantém-nos vivos e activos. “Ouvir uma música é, como se diz, uma lufada de ar fresco.

Há música para todos os gostos e ouvidos. Por isso é que ela é universal, pois muitas vezes mesmo sem percebermos o conteúdo da letra, o ritmo, o sentimento manifestado na alma pelo artista nos transcende à outra dimensão”, defendeu.

Em função das suas palavras buscamos definição formal de música, uma vez que suas palavras “contagiavam” a nossa conversa virtual como se de presencial se tratasse.

Eis que encontramos que música é uma forma de arte que se constitui na combinação de vários sons e ritmos. Não quisemos ficar apenas por essa definição mas chamou a nossa atenção, em que “não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias”.

Com essa frase, começamos a olhar às manifestações típicas angolanas que vão desde os mais tradicionais aos ritmos mais modernos.

Outra tese

Júlio António foi outro interlocutor casual, que pela mesma via, a nossa reportagem contactou para saber qual a sua opinião em relação aos “Lives” feitos por músicos quer durante a fase do Estado de Emergência, como agora em se observa a Situação de Calamidade Pública.

“A iniciativa é deveras louvável e por acaso tenho apreciado vários lives, alguns mais do meu interesse, outros nem por isso. Mas, de qualquer modo, acredito que é, de forma implícita, um bom remédio para estar-se em casa ao lado da família quando são anunciados shows de artistas que muito admiramos”, refere.

Ele conta que o imperativo “Fica em casa” foi acolhido, embora com o susto do impacto da doença. Mas teve de ser “gerido”, como soi dizer-se na gíria, e estar mais próximo da família ao som da boa música, tornou menos pesada a rotina diária.

Aos finais de semana, agora devido ao regresso gradual ao trabalho, algumas cadeias televisivas abraçaram a iniciativa, e estendem o sinal para que mais público tenha acesso aos conteúdos artísticos, incluindo aqueles em que o apelo recai para solidariedade.

Solidariedade

Ou seja, os músicos nesta fase difícil têm animado diversos eventos virtuais visando a angariação de receitas para compras de cestas básicas que estão a ser entregues a famílias mais carenciadas, assim como em lares de acolhimento um pouco por todo o país.

Essa iniciativa mereceu nota positiva dos nossos interlocutores, que reconhecem o momento caótico não só pelo caos sanitário, mas também pelo agravamento das condições sociais de muitas famílias que conseguem alguma coisa para o sustento mediante exposição à rua.

“Olhei com bastante satisfação para este aspecto, uma vez que mesmo sem o contacto físico, assim como algumas dificuldades de acesso à Internet, os meios de difusão massiva, com realce às televisões, tenham abraçado esta causa e levam estes lives para todos os cantos do país”, aflorou o jovem ginasta Alfeu Pedro.

De salientar que através da televisão pública já se puderam acompanhar “lives solidários” com vários artistas renomados do mercado nacional, desde Matias Damásio, Yola Semedo, Euclides da Lomba, Puto Português, Edmásia Mayembe, Heavy C, Walter Ananás, Dodó Miranda, Bambila, Gloria Silva, Joly Makanda, Calabeto e Filho do Zua.

A par destes sob iniciativa institucional, já foram realizados outros lives com fito solidário nas plataformas digitais em que foram protagonistas igualmente músicos como Ivan Alexey, Constantino, Diva Ary e ainda pelo humorista Calado Show e mais recentemente o DJ Znobia.