Governo e UNITA desencontrados quanto a “doença misteriosa” em Cafunfo

Governo e UNITA desencontrados quanto a “doença misteriosa” em Cafunfo

UNITA considera crítica a situação das crianças afectadas por uma doença estranha em Cafunfo, enquanto as autoridades governamentais desdramatizam a situação.

POR: Norberto Sateco

O grupo parlamentar do “Galo Negro” considera que a situação das vítimas de doença misteriosa na região de Cafunfo, Lunda Norte, é preocupante. Segundo o responsável da comunicação e marketing da UNITA, Lourenço Bento, a informação trazida pelos seus confrades deputados, que visitaram esta semana a localidade, confirma o registo de vítimas humanas e outras internadas nas unidades hospitalares daquela província, sem entretanto ter adiantado números concretos.

“Muitos dizem que é paludismo que está a ceifar vidas humanas. Por dia, morrem dez, doze, dezoito, principalmente crianças dos 0 aos 16 anos. Portanto, o nosso grupo parlamentar da UNITA entendeu que tinha que enviar uma equipa de deputados para interagir com os familiares das vítimas e com as autoridades, e, principalmente, com o corpo sanitário, para podermos entender o porquê dessa febre, com números de mortes tão elevados que as populações vão avançando.

As autoridades não conseguem explicar”, afirmou o político Joaquim Nafoia, um dos integrantes da comitiva que no mês de Novembro esteve no terreno a constatar a situação. O interlocutor acrescentou que a doença tende a alastra-se na sede municipal do Cuango, pelos municípios de Kaungula e Xá- Muteba.

Entretanto, as autoridades governamentais já desmentiram tais afirmações, considerando que não há registos de aumento da mortalidade infantil, e que tal atitude não passava de um aproveitamento politico, como disse em entrevista à VOA o responsável pela Saúde no município, Katumba.

Enquanto isso, a presidente da 8ª Comissão que responde pela Infância e Família e Acção Social, Clarice Mukinda, que na altura insistiu em considerar o problema como grave. “Há de facto aqui em Cafunfo muitas crianças afectadas por esta doença não diagnosticada, ainda que acharmos que se deve ao consumo de água imprópria e à falta de saneamento básico”, comentou.

A população do Cafunfo está alarmada, presumindo tratar-se de uma epidemia, esta que vitima crianças. Os mesmos adiantam que as crianças, até aos cinco anos de idade, morrem com febres que não tem sido possível diagnosticar, mas as autoridades sanitárias citam a enfermidade como sendo malária severa.