Eleições locais na Venezuela marcadas por fraca adesão às urnas

Eleições locais na Venezuela marcadas por fraca adesão às urnas

As eleições locais para os 335 municípios na Venezuela, foram as últimas a nível nacional antes das presidenciais previstas para o próximo ano.

O acto eleitoral deste Domingo decorreu sob o signo de uma inflação galopante, de escassez de alimentos e medicamentos, e acusações de usurpação de poder por parte do governo do presidente Nicolas Maduro. A oposição, apesar de dividida, boicotou as eleições.

“O maior erro foi ter dissolvido a unidade da oposição. Foi o início das lutas internas. As pessoas pensavam que a unidade era a chave para a vitória. A nossa liderança não conseguiu comunicar com as pessoas. Em vez disso, foram dizer-lhes o que deviam fazer. Foi isto que levou ao apelo à abstenção como aconteceu em 2005 e agora em 2017”, considera o candidato da oposição Kiko Bautista.

A Euronews deslocou-se a dez assembleias de voto e confirma uma afluência reduzida, ao contrário das informações que o governo veiculou. Activistas governamentais e militares estavam presentes, ameaçando quem não partilhasse as suas convicções políticas. “Isto é uma catástrofe. Se queremos resolver o problema da Venezuela de forma pacífica, terá que haver uma enorme participação popular.

A liberdade de expressão foi atacada, por um lado, o governo cometeu fraudes e retirou o direito de votar aos cidadãos; por outro lado, a oposição está fracturada e incoerente, e os cidadãos também não confiam neles”, ilustrou o antigo secretário-geral do partido da oposição, MUD, Jesús Torrealba. “Outras eleições na Venezuela, mas desta feita tudo sugere que as pessoas já não acreditam no processo eleitoral. Vimos muito poucas pessoas a votar e as assembleias de voto vazias, apesar daquilo que o governo afirma”.