Natal, uma oportunidade para fazer negócios

Natal, uma oportunidade para fazer negócios

Troca de presentes e festas familiares marcam o Natal, fazendo circular mais dinheiro no mercado. A época é aproveitada para a realização de muitos negócios temporários, onde os especuladores aproveitam-se da procura que, às vezes, é maior que a oferta

Por: Patrícia de Oliveira

Estamos em véspera de Natal e as oportunidades de negócio se multiplicam pelo país. Nas ruas de Luanda, por exemplo, pode encontrarse de tudo um pouco. Alimentos como bacalhau, grãode bico, azeite doce, frutos secos, bebidas como vinho e outras são comercializadas por vendedeiras na via pública.

É possível comprar jogos de luzes, árvores de Natal, vestimentas de “Pai Natal” e outros presentes, que apenas são comercializados nesta fase do ano. No Golf-II, encontrámos jogos de luzes com 100 lâmpadas ao preço de KZ 2000 mil e árvores de natal para todos os bolsos, com diversas cores, com destaque para as cores verde e branca.

Vendedor ambulante, Xavier Chilunga, natural da província de Benguela, explica que os jogos de luzes têm muita saída porque as pessoas gostam de enfeitar as ruas, lojas, casas e é um período com muita luz e cores alegres. “Durante a semana que antecede o natal vendi perto de 40 jogos de luzes”, revelou, o vendedor. O preço das árvores de natal variam consoante o tamanho e qualidade.

A cor também é um factor a ter em conta. Nas ruas pode-se encontrar árvores de natal de Kz 2 à 40 mil. Ainda no Golf-II, a caminhar entre os carros estava Avelino Joaquim, que carregava um saco com pelo menos 15 caixas de jogos de luzes. Segundo ele, chegou às 8 horas da manhã e quando o encontrámos por volta das 10 horas já tinha comercializado oito caixas de jogos de luzes. “Pretendo ficar a vender até ao anoitecer. Espero vender pelo menos 30 caixas de jogos luzes”, fez saber.

Por exemplo, embrulho para presentes também é solicitado, por essa razão, muitas empresas contractam funcionárias eventual para atender a demanda dos embrulhos de presentes.

Embrulhos de presente em alta Na ronda que efectuámos por Luanda, deparámo-nos com Tânia, 32 anos de idade, que encontrou trabalho nas imediações do supermercado Megafrica. Tânia foi contratada para forrar presentes. Segundo ela, na semana de 21 a 26 de Dezembro regista-se maior afluxo de clientes e, neste período , forra acima de 100 pacotes de presentes. Contratada como trabalhadora eventual, Tânia conta que recebe, semanalmente, Kz 12.500 como pagamento.

“Os presentes mais difíceis de serem forrados são bicicletas, além de outros bens com diferentes estruturas”, disse. No mesmo local, estava Marisa Manuel, 24 anos de idade, contractada para o mesmo fim. A nossa interlocutura disse que frequentou uma formação durante um mês para ter habilidade de forrar presentes. Disse ainda que começa a forrar presentes às 10 horas e só termina à 17.

“Durante o dia posso forrar mais de 100 presentes, no entanto, é um trabalho que carece de agilidade, principalmente nesta época natalícia”, frisou. O mesmo cenário acontece na avenida Deolinda Rodrigues, Ex Estrada de Catete. Da FTU a Estalagem podem ser encontrados vários artigos, sobretudo nos locais onde o trânsito está congestionado. No entanto, outras feiras foram montadas nos largos da Escola Nzinga Mbandi e Praça da Família, respectivamente. No “Nzinga” estão fundamentalmente presentes como ursos, boques de flores e outros, ao passo que na Praça da Família estão à venda roupas, alimentos e não só.

Especulação controlada

Neste período do ano em que há uma grande corrida na busca de produtos, sobretudo alimentares, há tendência é para que à procura seja superior que a oferta. E quando assim acontece os especuladores aproveitam-se da situação para subir os preços e ter uma margem de lucros superior ao previsto.

No entanto, não é nada que esteja fora do conhecimento das autoridades. Aliás, o ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, já avisou que os afectivos da Polícia Nacional vão trabalhar em estreita colaboração com a Direcção Nacional de Inspecção do Comércio, no sentido de fiscalizar os estabelecimentos comerciais.