PR incentiva maior aposta na produção nacional

PR incentiva maior aposta na produção nacional

Os representantes empresariais defenderam, durante a audiência com o PR, a necessidade de haver maior incentivo à classe, para que, num curto espaço de tempo, a importação de alimentos da cesta básica, bem como de muitos outros produtos, seja colmatada.

POR: Neusa Filipe

O Presidente da República, João Lourenço, auscultou, ontem, no Palácio Presidencial da Cidade Alta, os representantes do sector empresarial privado nacional, tendo recomendado aos mesmos maior produção de materiais nacionais a fim de se evitar a importação de bens já produzidos a no país. Os representantes do sector empresarial nacional consideraram positivo o encontro mantido com o Chefe de Estado, no qual tiveram a oportunidade de apresentar as suas propostas face aos principais constrangimentos com que se debate o empresariado nacional.

Os empresários apresentaram como propostas fundamentais a questão do pagamentos da dívida pública e os critérios para a alocação de divisas, defendendo a sua descentralização, visto que se tem considerado como uma das grandes dificuldades para o sector industrial e agrícola a redução do preço do produto final. No que concerne a mudanças do regime cambial que o Banco Nacional de Angola (BNA) pretende efectuar, os empresários informaram que foi vista a possibilidade de o BNA não ser o sector concreto para vender divisas, mas passaria a ser o órgão regulador.

Neste contexto, defendem como proposta que o Ministério das Finanças, tendo em conta a escassez de divisas existente no país, passe a assumir a responsabilidade da gestão das mesmas, e os bancos comerciais apenas fiquem com percentagens reduzidas para fazerem a alocação de divisas. O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, referiu no final do encontro terem ficado com uma apreciação de que o Estado vai, à partir de agora, ser mais controlador dos bens nacionais.

O responsável defendeu a necessidade de haver maior interacção entre o sector da distribuição e o sector da produção interna. “Queremos que a indústria e a agricultura produzam a matéria prima que nós precisamos, temos também a necessidade de garantia dos meios de produção e os insumos de que a agricultura precisa”, disse José Severino. No sector industrial, apontou o grande investimento feito no rio Kwanza, sugerindo a existência de outras bacias hidrográficas onde se poderia implementar barragens mais pequenas que possam fornecer energia de forma segura e eficiente. “Aqui vai a nossa proposta, de o Ministério da Energia e Águas e dos Recursos Naturais aproveitar os recursos minerais que existem na bacia.

Nós temos aqui água e energia, com isso podemos apostar na produção de ferro e de aço”, avançou. No sector das pescas, José Severino propôs a necessidade de se criar nos grandes polos de pescado existentes no país, nomeadamente o Tômbua e a Baia Farta, a criação de fontes de energia a fim de se colocar no local câmaras frigoríficas para fazer a armazenagem da pesca, já que tal medida evitaria a importação de pescado que tem gerado grandes despesas. Os representantes empresariais defenderam ainda, durante a audiência com o PR, a necessidade de haver maior incentivo à classe, para que, num curto espaço de tempo, a importação de alimentos da cesta básica, bem como de muitos outros produtos, seja colmatada.