Crise de combustível de volta ao Lubango

Crise de combustível de volta ao Lubango

 Já vai sendo um costume na cidade do Lubango, no início dos meses de Janeiro existir falta de combustível em todos os postos de abastecimento da urbe

Por: João Katombela, na Huíla

O Lubango amanheceu com as ruas vazias de táxis azuis e brancos que, de um ponto a outro, têm levado muitos funcionários aos seus locais de trabalho, tudo por falta de combustíveis.

A escassez do produto está a criar enormes filas nos postos de abastecimento de combustível. Para se ter acesso à gasolina ou ao gasóleo, muitos automobilistas tiveram de passar a noite nas bombas. Francisco Joaquim Rosendo, taxista, disse à nossa reportagem que precisou de passar a noite junto à bomba de combustível para abastecer o seu carro, facto que fez perder a produção do dia.

“Estou aqui desde as 18 horas de ontem, o meu carro ficou sem combustível quando eram 15 horas de ontem, e tudo o que tive de fazer foi ir até casa, jantar e voltar com a minha coberta! Isso está mal, até quando vamos ficar nessa situação?” Indagou.

Até ao momento da realização da nossa entrevista, no posto de abastecimento do Figurino, no centro da cidade do Lubango, havia mais de 100 viaturas em fila a espera de gasolina. Paulo Camati disse que está na fila desde as 4 horas da madrugada do dia 04 deste mês, porém até às 11 horas do mesmo dia ainda não tinha conseguido abastecer o seu carro.

“Estou aqui desde as 4 horas, vim a essa hora porque a bicha é grande e para ser pelo menos um dos primeiros é preciso chegar cedo, porque há pessoas que dormiram aqui e… o nosso Governo afinal está a fazer o quê?

Queremos que haja uma solução para esta dificuldade, porque não são só os taxistas que sofrem com isso, o povo também” disse Para a solução do problema, muitos automobilistas já pensam em deslocar-se para a vizinha província do Namibe, com o objectivo de pelo menos conseguir abastecer as suas viaturas.

“Já estamos aqui há muito tempo, não sei há quantas horas para podermos ter combustível nas bombas , se a situação continuar do jeito que está até ao período da tarde teremos de ir mesmo ao Namibe, com bidons para comprar gasolina” disse António Mateus.

A situação está a criar constrangimentos a todos os moradores da cidade do Lubango e seus bairros periféricos, já que muitos funcionários públicos, e não só, dependem ainda dos serviços de táxi para chegar ao local de serviço.

Nas principais paragens de táxis da cidade do Lubango, muitos utentes dos serviços tiveram de ficar horas a fio para conseguir chegar ao local de serviço, mesmo com atraso. Elsa Marisa, moradora do bairro do Kwawa, trabalha num restaurante localizado no Bairro da Nossa Senhora do Monte, viu-se obrigada a faltar porque não havia táxi.

“Eu cheguei às 7 horas, já que entro em serviço às 8 horas, mas até agora nada e já são 10 horas! Já não adianta ir ao serviço porque vou encontrar já uma falta marcada, por isso decidi voltar para casa!

Dizem que não há gasolina, só há gasóleo, no ano passado, a nossa província recebeu muitos autocarros, mas nós só vemos dois a circular!

Numa altura destas os autocarros poderiam ajudar pois funcionam a gasóleo”, disse.