Museu Nacional de Antropologia expõe a peça “Mondo” para estudo

Museu Nacional de Antropologia expõe a peça “Mondo” para estudo

Está patente no Museu Nacional de Antropologia, na baixa de Luanda, a peça “Mondo”, no quadro da rotatividade do seu acervo, cujo objectivo é divulgar a sua função social, discrição e origem

Trata-se de um instrumento musical da classe dos idiofones (instrumento musical cujo som é provocado pela sua vibração), pertence ao grupo etnolinguístico Bakongo.

A peça, que também pode ser encontrada em outros grupos etnolinguísticos do país, é um tambor constituído por uma caixa de madeira, escavada por meio de um raspador de ferro curvo. Segundo o director do museu, Álvaro Jorge, os tocadores do “Mondo” necessitam de experiência, porque requer uma técnica tipicamente africana, difícil de interpretar no uso das transmissões acústicas.

Estrutura “Mondo” apresenta lateralmente uma espécie de duas falsas asas, para efeitos de suspensão e transporte. A asa é aplicada em cabo de madeira, com suficiente espaço de cumprimento, para que o mestre possa escavar a parte interna percorrida por uma fenda, com dois orifícios ao longo do topo superior da peça. A espessura das paredes internas possuem tonalidade baixa, um considerado masculino e o outro feminino.

O trabalho nas paredes da peça é feito de modo  a que um dos lados do tambor, o qual é sempre colocado no lado esquerdo do tamborileiro quando o executa, seja mais grosso, ficando a parede oposta um pouco mais fina. Utilidade Os instrumentos musicais apresentam muitas características, tanto do ponto de vista estético e artístico como também da variedade dos materiais de que são feitos.

O instrumento é utilizado em festas ocasionais, nos casamentos e ritos de iniciação, de propiciação ou de entronização; na morte de um soberano, nas preces e invocações dos espíritos dos antepassados.

O tambor percute-se com duas baquetas ou macetas de madeira e borracha, produzindo dois sons tanto diferenciados, resultantes das assimetrias na expessuras das paredes internas, sendo o de tonalidade mais baixa considerado masculino e o outro feminino. Na comunicação É ainda utilizado como meio de comunicação à longa distância, que em tempos idos serviu para emitir mensagens.

O mesmo pode ser ouvido a muitos quilómetros de distância, tendo sido considerado um dos mais perfeitos meios de comunicação à distância, anterior à invenção da telegrafia sem fio. É um tambor especializado e típico entre os designados instrumentos falantes, cujo alcance do som depende da topografia da região e das correntes aéreas, admitindo-se que atinja 10 quilómetros e podendo, em condições óptimas, chegar além daquela quilometragem.