Huíla, Cunene e Namibe têm mais 76% dos bovinos do país

Huíla, Cunene e Namibe têm mais 76% dos bovinos do país

Plano Nacional de Fomento da Pecuária (PLANAPECUÁRIA) mostra províncias na linha da frente de uma produção nacional que aumentou, mas está ainda longe de ser capaz de travar importação

De acordo com da- dos do Plano Nacional de Fomento da Pecuária (PLANAPECUÁRIA), a província da Huíla, com 32% dos bovinos, é a líder nesse segmento, seguida pelas províncias do Cunene com 28,5% e Namibe com 16% do total de efectivo bovino ao nível nacional, ou seja, contas feitas são 76,5% do total nacional.

As referidas províncias destacam-se igualmente na criação de caprinos, associando-se a elas a província do Huambo, cujo efectivo representa 18% do total nacional. O Huambo destaca-se, igual- mente, mostra o documento, na actividade de criação de aves, tem mais 36% do total nacional, seguindo-se o Cunene com 19%, Bié com 12% da produção nacional de aves. Contas feitas, estas províncias juntas controlam 67,5% do total nacional.

Os dados são do PLANAPECUÁRIA, desenhado para, entre outras coisas, contribuir para a autossuficiência alimentar e nutricional das populações de modo a combater a fome e a pobreza, e aumentar os rendimentos dos produtores pecuaristas e de outros intervenientes ao longo das cadeias de valor de produção de carne. O PLANAPECUÁRIA olha, sobretudo, para o período de 2023 a 2025 e aponta, essencialmente, para o combate à fome, redução da pobreza e promoção do desenvolvimento social e económico do país.

Para isso, definiu nove objectivos específicos, entre os quais, estruturar e organizar a cadeia de valor de produção de carne e produtos pecuários, capacitando os seus actores, incrementando os seus níveis de produção e de produtividade, fomentar a instalação da indústria alimentar, matadouros, furos de água, centros logísticos, bem como a aquisição de máquinas e camiões tecnológicos (transporte de gado e carcaças), melhorar a capacidade de gestão do efectivo pecuário e avaliação comercial da produção, bem como melhorar o sistema de recolha e tratamento de dados estatísticos de produção de carne e produtos pecuários.

Mas não são só coisas boas, e como se pode verificar no documento a que OPAÍS teve acesso, a despesa com importação de produtos pecuários em 2021 ascendeu a USD 441 milhões, tendo a importação de produtos de aves contribuído com USD 238,40 milhões, representando 54% do to- tal das importações do segmento. Sendo que no total, foram importadas 324,7 mil toneladas, das quais a importação de produtos de aves com 235,9 mil toneladas, suínos 66,6 mil toneladas e bovinos 22,2 mil toneladas.

Não obstante isso, de 2017 a 2021, a importação de carnes tem vindo a diminuir em decorrência das medidas implementadas e do aumento da produção de carne, com especial destaque para a produção de carne suína 55% e bovina 30%. Já nos produtos pecuários, destaca-se o aumento anual médio de 33% na produção de ovos, bem como o aumento de 14% na produção de leite.

POR: Ladislau Francisco