Mais de 250 pessoas morreram este ano de malária no Uíge

Mais de 250 pessoas morreram este ano de malária no Uíge

Diariamente morrem entre oito a nove crianças dos 0 aos 5 anos, segundo revelou a directora da Saúde na região.

POR: Afrodite Zumba

A directora da Saúde na província do Uíge, Madalena Angelina Diogo, revelou que este mês já 266 pessoas morreram de malária na região, num total de trinta e seis mil 512 casos registados. Em depoimento à imprensa por ocasião da reunião de balanço sobre os surtos de Malária e Cólera que afectam a localidade, a responsável esclareceu que a epidemia tem afectado sobretudo crianças dos zero aos cinco anos.

“Diariamente morrem oito a nove crianças por malária nas unidades sanitárias, cujo surto começou em Novembro do ano passado, com maior prevalência de mortes em crianças dos zero aos cinco anos de idade”, detalhou. Deste modo, Madalena Diogo considera preocupante a expansão da epidemia na região e alerta para a necessidade de se reforçar o stock de medicamentos e materiais gastáveis. A par desta, afirmou ser de crucial importância que se continue a desenvolver acções de sensibilização à população para que a doença seja eliminada”. Dada a situação, algumas associações filantrópicas se têm juntado à causa e doado medicamentos e materiais gastáveis para o auxílio no tratamento dos pacientes.

MINSA lança “Projecto Malária Zero”

Com o objectivo de reduzir as elevadas taxas da doença, apontada como a principal causa de morte no país, o Ministério da Saúde (MINSA) realizou recentemente, na província do Huambo, a primeira Conferência do ‘Projecto Malária Zero’. Durante a actividade presidida pelo Governador da Província, João Kussumua foram abordadas questões sobre o “ Impacto social da Malária e o controlo Vectorial”. Importa realçar que em 2017 as autoridades sanitárias registaram seis mil e 300 casos de mortes por Malária, o que perfaz uma redução em torno de 30% comparativamente aos dados do ano 2016. O coordenador Adjunto do Programa Nacional do Controlo da Malária, Rafael Dimbu, defende que a população deve trabalhar em parceria com o Governo, como estratégia para eliminação da doença.

“A população tem a ferramenta chave para a sua eliminação, isto é, evitar águas paradas, enterrar o lixo, fazer plantações ao arredor das casas, usar mosquiteiros e manter a higiene das suas casas”, disse. A Malária é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquitos portador do protozoários parasitários do género Plasmodium. Quando infectado, o ser humano pode levar entre 10 a 15 dias para manifestar os sintomas, nomeadamente, febre, fadiga, vómitos e dores de cabeça, sendo que em casos mais graves pode causar icterícia, convulsões, coma, ou morte.