Vergonha na cara

Vergonha na cara

Michael Bates, Primeiro Secretário de Estado de Theresa May no Governo británico, tornou-se, pelo menos por um dia, no político mais famoso do mundo. A razão de se ter tornado altamente mediático deve ter levado muita gente decente, ou perto disso, a repensar nas suas atitudes. Mas uma boa parte também deve tê-lo achado ridículo.

POR: José Kaliengue

É que há gente que não chega mesmo lá, temos de admitir. E desistir. Bates pediu a sua demissão por ter chegado tarde a um debate no Parlamento, tendo perdido a pergunta a que deveria responder. Disse-se profundamente envergonhado pela deselegância.

Aqui por estas bandas, ser pontual é sinal de fraqueza e de auto-desrespeito. Homem importante tem de se fazer esperar. Marcou às onze e chegou cinco minutos antes? Deixa ainda secar um pouco. Pedir desculpas? nunca!

Não aprendemos que a falta de pontualidade revela mau carácter, deselegância, faz perder negócios e é reveladora daquilo que somos, desrespeitadores de tudo, como esta agora de privatizar praias, piscinas, largos, etc., para instalar negócios dos filhos e primos. Esta é uma das diferenças que faz os outros mais desenvolvidos e mais felizes do que nós. É uma questão de civismo, de ter vergonha na cara.