Líder da Farc retira candidatura presidencial na Colômbia

Líder da Farc retira candidatura presidencial na Colômbia
A ex-guerrilha FARC anunciou na Quinta-feira que seu líder e candidato Rodrigo Londoño (vulgo Timochenko) não irá disputar a presidência da Colômbia, por problemas de saúde..

A complexa cirurgia de bypass coronário realizada na Quarta-feira em Timochenko “nos leva a declinar de nossa aspiração presidencial”, afirmou o ex-comandante guerrilheiro Iván Márquez, em colectiva de imprensa. Márquez afirmou que a Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC), o partido surgido do acordo de paz assinado no final de 2016, continuará na disputa legislativa de Domingo e defendeu um “diálogo com todos os sectores políticos para criar pontes e tornar realidade uma grande convergência nacional”. “O não participar da disputa presidencial de maneira directa e com candidato não quer dizer que não assumamos também uma voz frente aos demais candidatos” nas eleições presidenciais de 27 de Maio, afirmou Márquez, assegurando que não iniciou aproxima ção com outros aspirantes à presidência. Timochenko, de 59 anos, foi operado na Quarta-feira após sofrer um infarto há uma semana e se recupera de maneira satisfatória, segundo fontes próximas a ele. A cirurgia de coração aberto que fez é de baixo risco, segundo anunciou seu partido no Sábado. O ex-líder rebelde, que sobreviveu a vários problemas de saúde nos últimos anos, foi enviado de uma região próxima de Bogotá à Clínica Shaio, especializada em tratamentos coronários, onde continua hospitalizado.

“Ele está falando, sorridente, optimista. Um pouco mais contente porque teve a oportunidade de descansar e dormir como não conseguia há anos. Estamos todos optimistas”, disse no Sábado o ex-guerrilheiro Gabriel Ángel, após visitar Londoño. Timochenko, o último comandante daquela que foi a guerrilha mais poderosa da América Latina e que não tinha bons números nas pesquisas de intenção de voto para a disputa presidencial, suspendeu em 9 de Fevereiro os eventos públicos de campanha após vários protestos e tentativas de agressão em diversos ponto do país. A sua saúde estava abalada desde 2015, quando ficou à beira da morte após um enfarte sofrido em Havana, cidade que foi sede por quatro anos das negociações de paz. Londoño voltou a ter problemas em Julho de 2017, quando sofreu um “leve” AVC que dificultou sua fala temporariamente.

O ex-comandante guerrilheiro, que sobreviveu a uma intensa campanha militar que tentou, sem sucesso, acabar com a guerrilha das FARC no início da década, recebeu tratamento por vários meses em Havana, antes de anunciar a candidatura no fim do ano passado. A Colômbia celebrará no próximo Domingo eleições para o Senado e a Câmara. O acordo de paz garante ao menos 10 cadeiras para os rebeldes em um Congresso de 280 parlamentares, mas os candidatos devem participar do processo eleitoral. Em Maio, os colombianos voltarão à urnas para escolher o sucessor do presidente Juan Manuel Santos, que deixará o poder em Agosto após dois mandatos.