Autoridade tradicional defende construção de Jangos comunitários

Autoridade tradicional defende construção de Jangos comunitários

O soba da regedoria do município do Luena, província do Moxico, Raimundo Santana Mwakanhika, defendeu a construção de jangos comunitários, visando a transmissão dos ancestrais hábitos e costumes às novas gerações.

Ao dissertar no Workshop Sócio-Cultural, com o tema “Princípios herdados”, promovido pela direcção local da Cultura, Raimundo Mwakanhika afirmou que os jangos sempre foram e continuam a servir as comunidades na resolução dos problemas das mesmas, para “passar” testemunho de conhecimentos dos ancestrais aos mais novos. A autoridade tradicional acredita que, com a construção destas infra-estruturas, os hábitos e costumes dos povos da região estarão salvaguardados, pelo que lançou um apelo às autoridades competentes para concretizar tal desiderato.

Admitiu que se forem organizadas cerimónias nas comunidades para a realização de diálogos constantes entre os mais velhos e os jovens, sobretudo com os que demonstram ter um comportamento menos salutar perante os adultos, esse desvio pode ser superado com a ajuda das autoridades tradicionais, entidades religiosas, entre outros membros da sociedade civil. Desencorajou o uso de roupas indecentes, casamento precoce, noivado sem o consentimento familiar, bem como sugeriu aos pais e encarregados de educação a influenciarem os seus filhos a escolher os conteúdos pedagógicos e sadios transmitidos através da televisão. Por seu turno, o director da Comunicação Social no Moxico, Aurélio Jonasse, ao dissertar sobre o tema “Oralidade e a transmissão de conhecimentos sócio-cultural moderado”, apelou aos jovens para serem vigilantes no consumo de conteúdos expostos na Internet, visto que, na sua maioria, são inapropriados.

Dissertando sobre o tema “Saúde resultante de um convívio sócio-cultural moderado”, o chefe do departamento Provincial de Saúde Pública e Controlo de Endemias, Luís Domingos Mufenji, aconselhou as pessoas a terem cuidado com as doenças derivadas do desordenamento comunitário. Para o responsável, no convívio comunitário a pessoa pode contrair com facilidade doenças sexualmente transmissíveis como o HIV/Sida, infecções respiratórias, diabetes, hipertensão, entre outras. Já um dos participantes ao debate, Benedito Massumba, estudante do II ciclo, enalteceu a iniciativa, afirmando que a valorização da Cultura deve ser elogiada e incentivada, por todas as forças vivas da sociedade. Outro estudante do mesmo nível, Alberto Chico, 19 anos, sugeriu à direcção da Cultura uniformizar a escrita da língua Cokwé, para maior e melhor compreensão, apesar de a mesma ser notável, flexível e muda durante a época.