Bispos da CEAST criam floresta no Namibe

Bispos da CEAST criam floresta no Namibe

Munícipes do bairro 4 de Março, comuna do Forte Santa-Rita, município de Moçâmedes, contam desde Sábado com uma floresta denominada “Laudato Si”, onde foram plantadas 400 árvores de várias espécies pelos bispos da CEAST.

A plantação de árvores e a criação desta floresta, que doravante será denominada “Laudato Si”, consta do programa das actividades da primeira assembleia plenária anual dos bispos da CEAST que decorre de 6 a 14 do mês em curso nesta cidade. No acto do lançamento deste grande projecto da Igreja Católica, D. Gabriel Mbilingui, Arcebispo do Lubango, e Presidente da Comissão Episcopal da Justiça e Paz da CEAST, disse que a terra é um sistema com recursos limitados e com valores que precisam de ser protegidos, pois nela nota-se uma crise ecológica ambiental que é consequência dramática da actividade descontrolada do ser humano.

Disse que actualmente se assiste a muitas atitudes que prejudicam o ecossistema, como por exemplo, a exploração de Dom Gabriel Mbilingui disse ainda que actualmente Angola debate-se com o problema da desflorestação e erosão dos solos que ameaça o habitat de numerosas comunidades e a diversidade biológica, a exploração  desordenada de recursos minerais, a caça furtiva, as queimadas de imensas extensões de terra, a exploração de madeira ou corte de árvores sem substituição, a poluição das águas, o lixo produzido e não reciclado. “Tudo isto constitui um desequilíbrio do ambiente e um consequentemente holocausto para a humanidade”, disse o prelado.

Dom Gabriel Mbilingui disse ainda que actualmente Angola debate-se com o problema da desflorestação e erosão dos solos que ameaça o habitat de numerosas comunidades e a diversidade biológica, a exploração mineira com elevada dose de irresponsabilidade no que às leis ambientais diz respeito e a poluição de recursos hídricos. Apontou a necessidade de se evitar a destruição da biodiversidade na natureza, não comprometendo a integridade da Terra e contribuir sim para a mudança climática, desnudando a Terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas húmidas, evitando contaminar as águas, o solo, o ar, entre outros recursos. Salientou que a igreja, ante a esta ameaça, não pode ficar indiferente, pois é chamada a tomar posição, educando todos para que estes se tornem protagonistas da manutenção e desenvolvimento da vida, “ como insistiu o Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si, abrindo um diálogo com todos acerca da nossa casa comum “. “Na visão do Santo padre, os problemas ambientais afectam primeiramente, e de forma mais incisiva, os pobres como é o caso descassez de recursos hídricos e a sua péssima qualidade para o consumo dos mais desfavorecidos. Nesta zona foram plantadas pelos bispos e alguns membros do governo plantas de espécies Prosopis, Shinus molle, gliriiclea Sapium e a Mopane ( Mutuaty) planta nativa desta região.

Escola católica deve educar a sociedade para a preservação do ambiente

O arcebispo do Lubango e Presidente da Comissão Episcopal de Justiça e Paz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom Gabriel Mbilingui, afirmou ontem, Domingo, nesta cidade, que a escola católica tem um grande dever de educar a sociedade na responsabilidade de manter o meio ambiente, que é resultante de triliões de anos de percurso evolutivo. Ao falar no acto do lançamento da floresta denominada “ Laudato Si”, da Igreja Católica, com a plantação de 400 árvores de várias espécies, no bairro 4 de Março, município de Moçâmedes, admitiu que o objectivo deste projecto é que todos colaborem e participem na manutenção e conservação do meio ambiente, plantando uma árvore no seu arredor, dando assim um outro ar para a natureza. Dom Mbilingui salientou ainda que a actividade insere-se no magistério social da igreja e pretende ajudar a reconhecer a grandeza, a urgência e a beleza do desafio que se tem pela frente sobre a educação ambiental.

“Devemos doravante partir pelo caminho educativo sobre os eixos estruturantes do documento do Papa Francisco sobre o ambiente, pela relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta mundial, a crítica do novo paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia”, acrescentou. Para a fonte, é necessário que se debatam em vários fóruns temas relacionados com o ambiente, como a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, entre outros, que poderão ajudar a um novo estilo de vida. Reconheceu que hoje estamos perante uma crise ecológica ambiental que é consequência dramática da actividade descontrolada do ser humano. Importa realçar que nesta actividade educativa ambiental cada bispo procedeu à plantação de dez árvores, dando assim o seu contributo para a melhoria do bem-estar do meio ambiente, não só para as comunidades desta localidade, mas também para a província do Namibe que ainda se depara com o problema da desertificação.