Comissão parlamentar não encontra ‘provas’ de conluio entre campanha de Trump e Rússia

Comissão parlamentar não encontra ‘provas’ de conluio entre campanha de Trump e Rússia

Uma comissão da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, controlada pelos republicanos, anunciou Segunda-feira que a sua investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições de 2016 não encontrou “evidências de conluio” entre Moscovo e a campanha de Donald Trump.

‘Não encontramos evidências de conluio, coordenação ou conspiração entre a campanha de Trump e os russos”, destaca o relatório preliminar emitido pelo Comité de Inteligência da Câmara de Representantes. O painel acatou a conclusão dos serviços de inteligência americanos de que os russos tentaram interferir nas eleições, mas rejeitou a ideia de que Moscovo pretendia, especificamente, promover a eleição de Trump.

O texto não menciona o suposto roubo e vazamento por parte dos russos de documentos e contactos embaraçosos de membros da equipa de Hillary Clinton, adversária democrata de Trump nas eleições de 2016. “Esperamos que as nossas conclusões e recomendações sejam úteis para melhorar a segurança e a integridade das eleições (legislativas) de 2018”. Trump comemorou a decisão num twitt: “o Comité de Inteligência da Câmara de Representantes, após 14 meses de investigação, não encontrou evidências de conluio ou coordenação entre a campanha de Trump e a Rússia para influir nas eleições presidenciais de 2016”. No relatório, os legisladores negam a conclusão dos serviços de inteligência americanos, de Janeiro de 2017, sobre a preferência do presidente russo, Vladimir Putin, por Trump contra Hillary Clinton.

O documento destaca vários ciber ataques russos contra instituições políticas americanas em 2015 e 2016, especialmente através das redes sociais, e critica a “resposta fracassada” da administração do presidente democrata, Barack Obama, antes das eleições. Os membros da comissão também investigaram como fontes russas alimentaram um arquivo contra Trump financiado por Hillary Clinton. Finalmente, destacam “os contactos problemáticos entre altos funcionários da comunidade de inteligência (da administração Obama) e a imprensa”.

“Este é um novo hito trágico para o Congresso, e representa mais uma capitulação diante do Executivo”, declarou Adam Schiff, líder da minoria democrata no Comité de Inteligência da Câmara. Nancy Pelosi, líder dos democratas no Congresso denunciou, através de um twitter, os “republicanos do Comité de Inteligência por falta de liderança e integridade”. O relatório contém acima de 150 páginas, e ao menos 40 “conclusões iniciais” e 25 recomendações, e seria apresentado ontem, Terçafeira, à minoria democrata para os devidos comentários. Esta não é a única investigação do Congresso sobre a Rússia. O Comité de Inteligência do Senado conclui a sua, e ao contrário da Câmara, em que republicanos e democratas trabalham juntos para publicar apenas um relatório.