Debilidades do sistema de informação sanitário dificulta doadores

Debilidades do sistema de informação sanitário dificulta doadores

A embaixadora do Estados unidos da América em Angola, nina Maria Fite, afirmou que, independentemente das tarefas para qual estão vocacionados, todos os ministérios devem contribuir para o melhoramento do sector da Saúde em Angola

POR: Maria Teixeira

As dificuldades no acesso ao sistema de gestão de informação sanitária do país tem dificultado a consulta por parte de governantes, parceiros e doadores, revelou ontem, em Luanda, a embaixadora dos Estados Unidos da América em Angola, Nina Maria Fite. A diplomata, que discursava na cerimónia de abertura do seminário sobre Tecnologia de Saúde, explicou que o actual sistema de gestão de informação sanitária angolano consiste em sistemas paralelos diferentes. “Esses sistemas concorrentes criaram fragmentos e informação irrealista.

O que torna extremamente difícil para os governantes, parceiros e doadores acederem de forma oportuna a dados precisos e completos para tomarem decisões programáticas e financeiras com base em evidências”, explicou. Com esta acção formativa, pretende- se munir os angolanos de técnicas com vista a melhorar e ampliar a partilha de informações de Saúde pública sobre doenças transmitidas por certos vectores, com destaque para a Malária, a Zika, e a Febre-amarela. Este processo será possível através do fortalecimento das redes existentes e conexões de funcionários e comunicadores de Saúde pública.

Revelou que o Ministério da Saúde adoptou o Sistema de Informação sobre Saúde Distrital (DHIS2, sigla em inglês), em Outubro do ano passado, como sistema Nacional de dados. Como resultado, Angola juntou-se a outros 50 países nos esforços para melhorar a eficácia e a visualização na transmissão de dados. “Os Estados Unidos está a apoiar a luta contra a malária há mais de 10 anos e, neste período, fê-lo com mais de 100 milhões de dólares. Gostaríamos de ver mais resultados porque já há uma melhoria nos índices de Malária”, disse. Nina Fite reiterou a contínua assistência de Washington para ajudar os países parceiros a fortalecerem as redes existentes e conexões entre responsáveis de Saúde pública e comunicadores, no sentido de evitar epidemias futuras mitigando e, deste modo, perdas humanas e económicas.

A diplomata defendeu, por outro lado, que todos os Ministérios devem contribuir para o melhoramento do sector da Saúde em Angola, independentemente da sua especificidade. Para melhor esclarecer a importância da conjugação de esforços neste sentido, exemplificou que o Ministério da Economia e Planeamento deve envolver-se nesta causa porque, as pessoas deixam de ajudar na diversificação da economia por motivos de saúde. “Estamos a trabalhar juntos. É uma luta de todos que não deve ser só de uma entidade. Todos os Ministérios têm que se interessar porque a saúde atinge o país inteiro e quem não tiver saúde não pode trabalhar. Não pode contribuir para a diversificação da economia”, frisou. Acrescentou de seguida que “a saúde é fundamental na sociedade e todos os Ministérios tem de se unir para combater toda e qualquer doença, melhorando a situação sanitária no país”.

Governo promete melhorias

Por sua vez, o secretário do Estado para a área hospitalar, Altino Mateus, explicou que, melhorando o Sistema Nacional de Saúde ampliando a integração das tecnologias, é um dos substractos que elegeram para dar respostas às atribuições, mediante a promoção e a implementação de tecnologia de saúde apropriada que, permitirá ter um conhecimento exaustivo sobre o estado da Saúde no país. Já o director de relações institucionais e responsabilidade social da Unitel, Humberto Mbote, no ano passado a sua operadora assinou um Memorando de Entendimento com a USAID e a PSI, no qual prevê um conjunto de acções que visa dar apoio ao combate a malária e outras doenças tropicais. “A actividade de hoje surge na sequência desse acordo, no sentido de que em conjunto buscaremos soluções para o combate a essa enfermidade.

A operadora vai continuar a apoiar actividades do género voltadas para a Saúde e a Educação”, garantiu. O seminário, com duração de três dias, juntará especialistas de Saúde pública angolanos e norteamericanos bem como inventores de aplicativos informáticos, com o intuito de contribuir para desenvolver um sistema de informação em Saúde totalmente integrado em Angola. Deste modo, facilmente se fará a identificação e aperfeiçoamento de soluções de software que permitam a inter-operabilidade entre plataformas do Sistema de Informação de Saúde, actualmente implantados ou em processo de ser implantados no país. Este projecto que está a ser executado pelo Gabinete de Tecnologia e Informação (GTI) do Ministério da Saúde e a Embaixada dos EUA, através da Iniciativa Presidencial contra a Malária (PMI), conta com o financiamento do Departamento de Estado Norte Americano e a empresa UNITEL, bem como o apoio logístico da Population Services International (PSI).