Angola quer desempenho igual ao de outros países no sector do turismo

Angola quer desempenho igual ao de outros países no sector do turismo

Ombrear com países bem posicionados no domínio do turismo em África e no mundo é um objectivo firme do país. A declaração é da ministra do Turismo, Ângela Bragança

POR: Brenda Sambo

Continuar a lutar para atingir níveis estatísticos satisfatórios no domínio do turismo e, desta forma, conseguir igualar-se com outros países de África e do mundo, constitui um dos propósitos do sector da hotelaria e turismo. De acordo com Ângela Bragança, que falava durante o seu discurso de abertura na “Conferência Nacional de Quadros do Sector da Hotelaria e Turismo”, realizada no final da última semana, em Luanda, para atingir esse desiderato Angola precisa de continuar a trabalhar para criar um ambiente propício à actividade nesta área de negócio. Segundo a responsável do sector, um dos passos dados para Angola equiparar-se aos outros países em termos de estatísticas do turismo, é a política de isenção e facilitação e vistos adoptada pelo Executivo no decurso deste ano, visando eliminar barreiras burocráticas no fluxo migratório e abrir o país.

De acordo com a titular da pasta, acessibilidades, saneamento, melhoria na certificação das unidades hoteleiras, de restauração e similares e também a estruturação dos produtos e dos espaços turísticos, comercialização dos produtos turísticos e a implementação do Fundo do Fomento do Turismo constituem outras das medidas satisfatórias para o alcance do objectivo fixado. Para que sejam alcançados a ministra desafiou o sector privado nacional e estrangeiro para que invistam cada vez mais. A criatividade e a inovação são duas competências que a governante mencionou na sua comunicação na perspectiva de os empresários estruturarem o que existe, criando roteiros turísticos onde existam espaços e produtos classificados.

Ângela Bragança sublinhou também a necessidade dos quadros serem bem formados em diferentes segmentos do negócio turístico e com uma visão moderna, “pois o sector hoteleiro é um dos que mais emprega em todo o país”. Considerou o turismo o “petróleo verde” que Angola deverá definir como aposta na estratégia para diversificação da economia nacional e que consta das 136 medidas de saída da crise. Por sua vez o secretário-geral da Associação de Hotéis e Resorts de Angola (AHRA), Ramiro Barros, acrescentou que a sua associação trabalha no sentido de trazer o investimento estrangeiro para o país, designadamente as grandes cadeias hoteleiras de marcas internacionais como, por exemplo, a Hotel Hilton, permitindo assim a entrada de mais turistas no país. “Com esses hotéis de referência o país vai ganhar maior credibilidade”, considerou.

Segundo o responsável, para além disso, podem surgir também investimentos em outras áreas, pois o país conta com cerca de 600 mil quilómetros de extensão que devem ser aproveitados. “O país tem muitos recursos florestais, muita fauna e desta forma podemos fazer o ecoturismo”, precisou. A associação quer levar a cabo, ainda este ano, o prémio designado “Hotel e Resorts de Qualidade”, que visa prestigiar anualmente a qualidade dos hotéis. “Prémio vai prestigiar os hotéis das mais diversas categorias, no sentido de motivar a actividade que realizam”, esclareceu o secretário- geral da AHRA, adiantando que a votação que estará na base da atribuição da distinção decorrerá entre a associação dos hotéis, que vai levar em atenção alguns pressupostos e o público em geral, a partir das redes sociais. Para o responsável o prémio, que já é atribuído a nível internacional, tornando os hotéis mais competitivos, vai fazer com que eles trabalhem com mais qualidade, a nível da prestação de serviços aos seus clientes.

Ramiro Barros referiu ainda que o país precisa de criar cerca de 500 mil empregos nos próximos anos e, no seu entender, o sector hoteleiro poderá contribuir de maneira sustentável para que isso aconteça. “Nos próximos anos queremos empregar muitos angolanos no sector hoteleiro”, adiantou. A conferência nacional de quadros da hotelaria e turismo reuniu cerca de 400 membros entre responsáveis do sectores e estudantes e contou com uma Bolsa de emprego para recrutamento de jovens formados na área de Hotelaria e turismo. Foram ainda debatidos temas como os recursos humanos no desenvolvimento da hotelaria e turismo em Angola, a importância dos recursos humanos na dinamização do turismo, assim como a importância dos recursos humanos e a sua empregabilidade no sector.