A ministra que espere

A ministra que espere

Era o que eu diária à ministra do Turismo, se fosse por ela ouvido. “Não se meta ainda”. É que o ministério que ela dirige, bem que pode fazer o que entender, mas não teremos turismo em Angola antes de se mudar muitas outras coisas, a não ser turismo de aventura, tipo Indiana Jones, mas estes não são muitos.

POR: José Kaliengue

Vejamos: como é que se quer turismo sem transportes públicos funcionais? Como é que se quer turismo sem jardins nas cidades? Sem programação cultural, sem um sistema de saúde funcional, sem medicamentos nos hospitais, sem iluminação nas ruas, sem segurança nas ruas, sem água potável em boa parte do país, sem reservas naturais funcionais, sem museus decentes? Como é que se quer turismo quando nem mapas das cidades estão disponíveis e agora, na era GPS, nem nomes as ruas e praças têm? Andar pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, é bom, não é? No passeio central, entre o arvoredo, que bom… e nós? Nós declaramos guerra às plantas ornamentais nas cidades e cortamos todas. De pensar que há cidades com árvores catalogadas, onde os serviços sabem quantas existem, as idades… aqui, em Benguela empresários abateram árvores seculares e… não passa nada! Quando falam de turismo é mesmo à sério? É melhor esperar ainda. Abrir as fronteiras não é tudo.