O debate

O debate

Deu-me para assistir ao debate na TPA sobre h transferência do poder e, francamente fiquei muito desiludido. O motivo desta desilusão não foram os atributos técnicos e críticos dos intervenientes, mas sim a sua fraca capacidade de argumentação.

POR: João Marcelino

O Dr Ismael Mateus foi, mais uma vez com a lição estudada e ideias assentes e argumentou e sustentou a sua opinião de forma nua, crua e dura. Membro, simpatizante ou apoiante do também meu MPLA, ele expressou, como sempre, ideias sustentadas por um espírito crítico construtivo. Em dada altura, afirmou o Dr Pinto de Andrade, que os críticos estão fora do sistema e por isso não compreendem o espirito salutar que reina no interior da cúpula partidária. Claro está, que nem o próprio acreditava no que disse e mesmo o seu colega de partido, também ele meteu o pé pelas mãos. Estas vozes críticas, não estão nem nunca estiveram em desacordo com as políticas do partido, mas, nunca tiveram hipóteses de participar activamente e contribuir para as mudanças politica que se impõem dentro do MPLA. Porque não, se começa a pensar seriamente em modernizar os estatutos, actualizar as linhas de força e estruturar profissionalmente o partido. Para chegar ao topo da hierarquia partidária, temos que ser militantes, activos, participativos e isso, todos somos! Temos que estar sempre de braço no ar e aqui, só estão os que acham que o partido é tacho, carreira, profissão e reforma garantida! Outros professam activamente o culto da personalidade em detrimento da humildade, honestidade e da competência profissional! O partido, outrora seguidor de uma teoria marxista, de partido de operários e camponeses hoje, não tem rumo ideológico! Não se sabe qual o modelo que está a seguir. Tradicionalista, semitradicionalista, socialista, social democrata, trabalhista, de esquerda, de centro, de direita, nada! Nunca ninguém pensou nisso. Não quero discutir, sei apenas que o meu MPLA prima pela justeza, honestidade, humildade e respeito pela diferença. O MPLA que assistimos no programa opinião, não acha que a imagem é o seu maior problema mas sim os problemas são as campanhas difamatórias nas redes sociais, é o que acha a oposição e mais grave que tudo, é o que pensam e dizem as pessoas que estão de fora. MPLA, pára para pensar! MPLA pensa futuro? Vamos ter no congresso extraordinário, se o houver, irão os mesmos delegados que participaram no último congresso, porque assim rezam os estatutos. Brincadeira tem hora. Então mudemos apenas as datas, o nome do presidente da república e façamos fotocópias de tudo o resto. A imagem do partido, do BP, do CC estão gastas e debotadas. Os primeiros cinquenta nomes da lista de deputados ouvimo-los já há trinta anos. Uns começaram jovens e agora estão velhos. Grande parte começou já velho e continua velha. Reconhecemos os seus feitos, mas chega! Eu já não me lembro quem estava na OMA antes da Luzia Inglês. Se me disserem que foi a Lucrécia Paim ou a Deolinda Rodrigues, quase que acredito. Na JMPLA do Rescova, antes deu Boavida Neto, Bornito de Sousa e Ângela Bragança, que felizmente agora voam mais alto, porque estudaram, investiram neles e na sua formação. Felizmente e para nossa sorte, é que a imagem da oposição também se gastou e só deu Savimbi e agora Samakuva, Chivukuvuku e mudanças apenas, de Casa. Assim Camaradas, façam um congresso extraordinário onde os delegados sejam militantes que queiram participar com ideias novas e sejam pessoas que não estejam ligadas ao gostinho que o poder lhes deu e continua a dar. A agenda de trabalhos, não tenham medo de a tirar das redes sociais e facebook, que de certeza nos trará muito mais e melhores ideias e assim mudem o que está mal (quase tudo) e melhorem o que está bem (quase nada). Porque não, serem delegados ao congresso antigos e novos administradores municipais e comunais, antigos e novos dirigentes estudantis, antigos e novos empresários, antigos e novos dirigentes partidário, antigos e novos delegados, antigos e novos ministros, vice ministros e secretários de estado, sem olhar principalmente aos motivos porque saíram, porque entraram ou porque estão. Falei, não quero discutir Para que a alma sinta o que, com o meu silêncio, ajudei a construir! ( também já fui, se calhar como todos braço no ar, mas a vida e as novas ideias me levaram). Março 2018.