Sete chefes de Estado confirmam presença na cimeira da CPLP em Cabo Verde

Sete chefes de Estado confirmam presença na cimeira da CPLP em Cabo Verde

Sete chefes de Estado dos países membros da Comunidade do Países de Língua Portuguesa (CPLP) já confirmaram a sua presença na cimeira comunitária a ter lugar na ilha caboverdiana do Sal nos dias 17 e 18 de Julho próximo, apurou a PANA, esta Terça-feira, na cidade da Praia.

Segundo uma nota de imprensa da Presidência da República cabo-verdiana, está confirmada a presença do Chefe de Estado brasileiro, Michel Temer, de Marcelo Rebelo de Sousa, de Portugal, de João Lourenço, de Angola, de José Mário Vaz da Guiné-Bissau, de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo da Guiné-Equatorial, de Filipe Nyusi de Moçambique e de Evaristo Carvalho de São Tomé e Príncipe.

A estes junta-se Jorge Carlos Fonseca, chefe de Estado caboverdiano, cujo país passa a partir deste encontro a exercer a presidência rotativa da CPLP. Timor-Leste, o nono país-membro da CPLP, é único que ainda não confirmou a presença do seu líder na cimeira. Entretanto, o chefe de Estado cabo- verdiano já anunciou que a presidência rotativa da CPLP , que Cabo Verde vai assumir a partir de Julho próximo, vai ter como lema “Cultura, pessoas e oceanos”. O anúncio foi feito à imprensa no final de uma reunião de trabalho entre o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, o ministro da Cultura e Indústrias Criativas, Abraão Vicente, e o ministro dos Negócios Estrangeiros e o Coordenador da Organização da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, Luís Filipe Tavares, que serviu para fazer o ponto da situação da preparação do evento.

Jorge Carlos Fonseca garantiu que, em termos de preparação logística, de alojamento, de segurança, que são “aspectos importantes”, está tudo a correr “dentro da normalidade” e que o lema da cimeira vai permitir que se privilegie intervenções no âmbito da cultura no seu aspeto mais vasto. Na agenda constam ainda a afirmação da língua portuguesa, a criação de um mercado comum de produtos culturais e artísticos, entre outros programas. Esse mercado comum deve abranger a livre circulação de pessoas e bens no âmbito da cultura, nomeadamente escritores e artistas, porque a convicção de Cabo Verde é que “uma verdadeira comunidade implica mobilidade e circulação” para que os cidadãos possam sentir-se membros dessa comunidade, acrescentou o Chefe de Estado cabo-verdiano. A seu ver, quando se fala de pessoas é falar da partilha de valores comuns de democracia, liberdade e respeito pelos direitos fundamentais, e a CPLP tem como um dos pilares esses valores.

Quanto à Guiné-Equatorial, que não está a cumprir o “roteiro” estabelecido aquando da sua adesão à CPLP, nomeadamente a abolição da pena de morte, Jorge Carlos Fonseca salientou que Cabo Verde acompanha a evolução política daquele país, porque, frisou, o país “não ignora” que há valores e princípios que são pilares da Comunidade. “É natural que, em momentos importantes, se faça uma avaliação, mas, de todo o modo, vai haver uma reunião da CPLP logo antes da Cimeira que vai debruçar sobre este aspecto”, declarou. A Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP vai servir, também, para decidir sobre os pedidos de observador feitos à comunidade pela Itália e por Andorra, sendo que, actualmente, dez países têm o estatuto de observador associado da CPLP, designadamente a Geórgia, a Hungria, o Japão, a República Checa, a Eslováquia, as Ilhas Maurícias, a Namíbia, o Senegal, a Turquia e o Uruguai.