Chuvas voltam a matar no Lobito

Chuvas voltam a matar no Lobito

As últimas enxurradas que se abateram ao município do Lobito, em Benguela, na noite de Quinta-feira, levaram à morte dois jovens e deixaram o mesmo número de feridos. Esta cidade registou outro triste episódio causado pelas inundações em 2015, pelo que estas duas mortes colocam novamente a população em alerta

POR: Zuleide de Carvalho em Benguela

Apesar do triste episódio registado em Março de 2015, a cidade do Lobito continua a não estar preparada para receber fortes chuvas, tanto que a chuva que se abateu na noite do dia 5 comprovou-o claramente. Como resultado das chuvas, é visível que no município do Lobito pouco ou nada se fez, nos últimos três anos, para diminuir o risco nas vidas humanas, quando chove. As valas de drenagem transbordaram, as ruas ficaram completamente alagadas, as casas desabaram e, infelizmente, mais pessoas morreram. Desta feita, o balanço do corpo de bombeiros local aponta para a morte de dois cidadãos, um de 16 e o outro de 26 anos de idade. As vítimas residiam na zona alta do Lobito e foram arrastadas pela água da chuva.

De acordo com Jorge David, porta-voz provincial dos bombeiros, a chuva iniciou às 6h da tarde de Quinta-feira e terminou por volta das 11h da noite. Ontem, os bombeiros procederam ao levantamento dos danos causados. Para além dos dois mortos já referidos, houve dois feridos, resultante do desabamento de habitação, 3 casas ficaram completamente destruídas, escombros ficaram concentrados nos bairros 17 de Setembro, 27 de Março e bairro da Eléctrica.

Maurício, tio do adolescente, que identificou o sobrinho apenas por Rafael, conta que este perdeu a vida quando tentava atravessar uma vala, nas proximidades de sua casa, no bairro Alto Liro. Sobre as mortes, o soba António João realçou que “em 2015 já aconteceu aqui”, relembrou, referindo-se aos mais de 60 angolanos que morreram no Lobito, naquela altura, na noite de 11 de Março. Perante mais esta desgraça, as autoridades tradicionais daquela zona acreditam que, para que se evite isso, é necessário que o Estado trabalhe, criando condições de habitabilidade, livres de riscos, e que o povo colabore.