Angola perde “melhor médico de medicina tradicional Chinesa”

Angola perde “melhor médico de medicina tradicional Chinesa”

O naturopata Luís Filipe Baião, o Melhor Médico de Medicina Tradicional Chinesa de 2014, título atribuído pela Asian Networkers Convention, morreu na Sexta-feira, vítima de doença, numa clínica privada de Luanda.

Ires Cristina, esposa do malogrado, afirmou ontem, a OPAÍS, que o seu corpo será cremado e as cinzas levadas para Portugal, onde se encontram os outros membros da família. Consternada, esclareceu que essa cerimónia será restrita e deve-se ao facto de o falecido ter sido budista. O médico tem uma clínica onde além dos tratamentos já conhecidos, desenvolvia um programa especial de oito semanas destinado a garantir maior longevidade, conhecido em inglês por “8 Week Longevity Program”, com resultados surpreendentes reconhecidos em todo o mundo. O anúncio do seu passamento físico, como acontece na maior parte das vezes, chocou os seus amigos e pacientes. Tendo alguns deles recorrido às redes sociais para desabafar, como é o caso do jornalista Alexandre Cose.

“Meu bom amigo, excelente terapeuta, boa pessoa, muito obrigado por me teres ajudado a regressar ao trabalho. Custa- me crer que tenhas partido. Não consigo acreditar mesmo”, lê-se na sua página na rede social Facebook. Descreveu-o, por outro lado, como uma pessoa que passou a vida fazendo o bem “curando pessoas, influenciando comportamentos, modos de estar e adoptado novas culturas de alimentação. Dizias que cada um de nós é aquilo que come, e chamavas muita atencao aos açúcares”. O terapeuta, que também era colunista deste jornal, nasceu na cidade do Dundo, província da Lunda-Norte e foi um cidadão do mundo. Era Licenciado em Medicina Oriental, na Faculdade de Ciências Tradicionais no Japão. Especializou-se também em Fitoterapia Chinesa pela Academy of TCM em Pequim e fez a pós-graduação em Shiatsu, Zen Shiatsu e Barefoot.

Começou a exercer a profissão em 1984, em Bangcoque, na Tailândia, na clínica de Medicina Oriental do médico Sato Masori, passou pelos Estados Unidos da América, Brasil, China, entre outros países, e parou em Angola, com a sua morte prematura. Especializou-se, na China, em fitoterapia chinesa e nas diferentes variantes de shiatsu. Nos Estados Unidos fez uma especialização em tratamento pela medicina tradicional chinesa de stress pós-traumático, acupunctura por laser, pediatria, ginecologia, neurologia e auriculoterapia. Além de exercer esta profissão, divulgava pelos órgãos de comunicação social as vantagens da Medicina Tradicional Chinesa em quase todo o mundo, principalmente na Tailândia, Estados Unidos, Brasil e Portugal. O prémio de “Melhor Médico de Medicina Tradicional Chinesa” foi atribuído pela Asian Networkers Convention que agrupa 13 países asiáticos.