Esta profissão é diferente

Esta profissão é diferente

Na semana passada, o secretário de Estado para a Ciência, Tecnologia e Inovação, Domingos Neto, disse que alguns dos livros apresentados por supostos investigadores angolanos resultam de plágio.

POR: José Kaliengue

Para darem alguma credibilidade ao produto, nada melhor do que colocar nele os logótipos de algumas empresas, entre as quais a Sonangol. É que assim se passa a ideia de o escrito ter resultado de aturado trabalho patrocinado pelas empresas. Ou seja, “nos últimos tempos vivi sustentado por estas empresas só para ocupar o meu tempo em investigação”. Ou então: “este trabalho é tão importante que as empresas X e Y patrocinaram a sua publicação, vão beneficiar do seu conteúdo”. Mas isso não é nada, veja-se que afinal há alguns anos (fiquei agora a saber) que um esperto tem promovido um concurso para a eleição da jornalista mais bonita e nos cartazes coloca os logos de televisões, rádios e jornais de prestígio, como se estes estivessem envolvidos na palhaçada. A marca deste jornal também consta como media partner. Quanto às “jornalistas” que ele escolheu… se ao menos fossem jornalistas algumas delas… Estas coisas passam-se assim, porque em Angola se confunde um par de pernas e um rosto sorridente com jornalistas. Não é assim, nesta profissão o único critério que conta é a competência. O resto… bem, o resto pode muito bem ser preciso colar muitos logótipos, mas isso não faz qualidade.