UNITA considera “crime” instituir eleições autárquicas de forma gradual

UNITA considera “crime” instituir eleições autárquicas de forma gradual

O presidente da Bancada Parlamentar da UNITA, Adalberto Costa Júnior, considerou Quarta-feira, 24, em Benguela, um “crime” instituir as eleições autárquicas em apenas 35 ou 40 municípios

POR: Constantino Eduardo
em Benguela

O político fez estas declarações à saída de uma audiência que lhe foi concedida pelo administrador municipal de Benguela, Carlos Guardado. Aos jornalistas, disse que entende que a realização das eleições autárquicas em simultâneo é a melhor forma de se acabar com as assimetrias regionais, ao contrário do gradualismo que defende o Governo. “Nós temos uma diferença extraordinária com o MPLA em relação à nossa visão quanto às autarquias”, revelou, reforçando que “fazer autarquias em 35 ou 40 municípios no país é um crime”.

Justificou que uma eventual realização de autarquias de forma gradual poderá acentuar as diferenças entre as primeiras e as outras que se seguirão. Defendeu que “quanto mais tarde demorar a realização de eleições autárquicas no país, mais dramas e sofrimentos causar- se-á ao povo”. Adalberto Júnior está em Benguela à frente de um grupo de deputados do seu partido, cuja visita insere-se nas jornadas mensais que visam auscultar a população sobre as suas prementes necessidades. Apontou o sector da Saúde como sendo o mais contestado pela população, por oferecer serviços aquém das suas expectativas, traduzidas na falta de medicamentos nos hospitais e de pessoal médico especializado.

Repatriamento de capitais

Sobre este assunto, explicou à imprensa que a proposta apresentada pelo seu partido visa resgatar o dinheiro saído ilegalmente do país e regularizar o património do cidadão. O político da UNITA criticou a alegada falta de execução do Orçamento Geral do Estado (OGE) ao nível das províncias, apesar de ter sido já aprovado pela Assembleia Nacional. Afirmou que com a entrada em função do novo Executivo, chefiado pelo Presidente da República, João Lourenço, havia uma luz no “fundo do túnel” para melhorar a governação, mas, segundo ele, nos últimos dias a situação parece regredir.