Carta do leitor: Igrejas e poluição sonora…

Carta do leitor: Igrejas e poluição sonora…

Caro director do jornal OPAÍS, Nós, em Luanda, estamos entregues a tudo o que é anarquia, até por parte daqueles entes e instituições que deviam ser os defensores da boa conduta, dos bons hábitos e do bom comportamento social e não só: as igrejas, embora a maior parte delas sejam ilegais, e por isso, seitas ou grupos de interesses sabe-se lá quais! Como cactos depois de uma boa chuva, nascem nas grande avenidas e em pequenas ruas, em ruelas e becos mesmo dos vários bairros desta cidade.

POR: Manuel Kitaba

São colectividades para todos os gostos e manias, que propagando palavras como Deus, Jesus Cristo, Alá e outros, em actividades de adoração em que crentes ou seguidores de todo o calão- muitos deles até estrangeiros- professam a cerimónia em línguas que não são oficiais em Angola; e despejam elevados decibeis de sons veiculando a sua mensagem, ora por via de orações, ora através de músicas e de hestéricos refrões colectivos que incomodam os cidadãos residentes nas adjacências dessas casas cujas ruas e passeios são invadidos por autênticos pelotões de viaturas que condicionam a mobilidade e o trânsito das pessoas aí residentes. Daí que elas não conseguem permanecer em suas casas, nem conseguem circular à vontade nas suas artérias, então cheias de vendedeiras ambulantes, além do amontoado do lixo que produzem e não retiram. Essas casas de culto se esquecem de que violam um direito básico indispensável ao convívio são entre os homens: A liberdade de um acaba onde começa a do outro. Por isso, haja mais polícia em cima desses “vadios e fanáticos” que abusam da generosidade, da ansiedade e do desespero dos outros. Já é altura das autoridades pararem com essas práticas e ao povo devolverem a paz social que lhe é de direito. É que às quinhentas, essas casas espalham o seu ruído por longas horas à noite, em absoluto desprezo pelos moradores que já vivem problemas mil, incluindo de saúde. Atenção que já há pessoas que pensam resolver o problema por meios próprios.