2020 é o prazo para concluir a migração digital em África

2020 é o prazo para concluir a migração digital em África

Vários especialistas analisaram a questão da migração digital na conferência denominada Diálogo Digital 2018, organizada pela MultiChoice África, em que se apurou que apenas 16 % do continente está completamente “digitalizado”

Texto de: Gizela Silva, enviada ao Dubai

Os sucessos e desafios da transmissão de televisão digital terrestre em África, desde a coordenação internacional, padronização, regulação e harmonização da migração digital, foram os aspectos mais abordados no encontro decorrido no Dubai na semana passada, entre os dias 2 e 4 de Maio.

O vice-presidente da Associação de Radiodifusão Digital da África Austral (SADIBA), Gerhard Petrick, entende que foi feito um grande progresso na selecção e implementação da tecnologia mais avançada e eficiente no espectro para transmissão terrestre.

Assim sendo, a Televisão Digital Terrestre (TDT) deverá fornecer serviços com custos substancialmente mais baixos e melhor qualidade de vídeo e áudio para os consumidores. Gerhard Petrick afirmou ainda que a migração digital é um recurso vital e que quaisquer atrasos teriam consequências a longo prazo para a economia: “Não gerar faixas de dividendos poderá ter um impacto negativo nos países que não implementarem a migração digital.

Estas bandas de transmissão irão desempenhar um papel fundamental no fornecimento de acesso a redes sem fio de banda larga e permitir que os cidadãos contribuam para o crescimento da economia ”, apontou.

O girector-geral da Digital 3&4 na ITV (Independent Television), Gregory Bensberg, declarou, durante o Dialogo Digital, que a migração digital no Reino Unido permitiu que os serviços de transmissão competissem melhor com as plataformas emergentes e que o mesmo pode acontecer em África. Outra palestrante no evento foi Michèle Coat, engenheira de comunicação de rádio da União Internacional de Telecomunicações (UIT), sublinhou que a UIT facilitou o planeamento da migração para os requisitos de espectro digital.

Isso incluiu um acompanhamento da conferência de Genebra – RRC 06 (Conferência Regional de Radiocomunicações para o planeamento da transmissão digital terrestre em partes das regiões 1 e 3, de 2006).

Digital global até 2020 Em 2006, com a assinatura do acordo de Genebra, os estados da Europa, África, Médio Oriente e o Golfo comprometeram- se desligar o sinal analógico até Junho de 2020, o mais tardar.

A transição já está muito avançada na Europa e no Medio Oriente, porém o continente africano ainda tem muito trabalho a fazer. No final de 2016, apenas 16% dos territórios africanos haviam desligado os sistemas analógicos e completado a transição para o Digital, 66% estavam em processo de migração e 18% ainda não haviam iniciado, segundo dados da ITU.

Entre os precursores estaão as Ilhas Maurícias, seguidas pela Tanzânia, Quénia, Marrocos, Tunísia, Namíbia, Ruanda, Moçambique e Malawi. A África-do-Sul, a Nigéria e o Burkina Faso também iniciaram a transição que será concluída em finais de 2019.

Outros estados estão apenas no início e devem ter dificuldades para cumprir o prazo acordado, uma vez que a migração digital implica a substituição do equipamento utilizado pelas estações de Televisão/Rádio incluindo o utilizado pelos consumidores, o que se traduz em custos elevados para os governos de diferentes países.