Crise suspende atribuição de novas bolsas de estudos

Crise suspende atribuição de novas bolsas de estudos

A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, revelou, ontem, que as dificuldades financeiras que o país atravessa contribuíram para a suspensão temporária da atribuição de novas bolsas de estudo externas. Neste momento, o INAGBE controla 25.907 estudantes bolseiros internos e 4.401 externos

POR: Stela Cambamba

Uma das medidas do Executivo para garantir a frequência de um número maior de estudantes no Ensino Superior tem consistido na concessão de bolsas de estudo internas e externas. Esta disposição tem, ultimamente, conhecido alguns constrangimentos devido à situação financeira e económica que o país enfrenta.

A situação levou a que fossem feitos diversos ajustes na distribuição do Orçamento de Estado e a consequente redução no volume de bolsas atribuídas e a atribuir. Segundo a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança Sambo, as restrições, mais graves estão relacionadas com as operações em moeda estrangeira, que têm condicionado os pagamentos atempados das mensalidades aos bolseiros externos.

“Tivemos que suspender temporariamente a atribuição de novas bolsas externas, para não agravar ainda mais a situação. O ministério está ciente das dificuldades financeiras que o país vive e que afectam os recursos que já eram moderados”, esclareceu. Em compensação, o seu ministério procede ao aumento das bolsas de estudo internas, de graduação e pós-graduação. A ministra, que falava à margem da comemoração do 38º aniversário do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudos (INAGBE), avançou que a instituição controla 25.907 estudantes bolseiros internos e 4.401 bolseiros externos. Entre os bolseiros externos, 3.630 fazem a graduação, e 771, distribuídos em 29 países, fazem a pós-graduação. Maria Sambo está ciente das críticas de que o instituto tem sido alvo, que muitas vezes é o centro de acesas discussões na comunidade, sobretudo relacionadas aos requisitos para a atribuição de bolsas de estudo. Entretanto, reconhece que algumas das críticas são justas, e outras nem por isso, pelo que o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) propõese dialogar e cooperar com a sociedade.

A responsável pretende, com esse diálogo, construir perspectivas fundamentadas e criteriosas para atender os problemas vividos pelos bolseiros, e assim dignificar o subsistema do Ensino Superior do país. A crescente demanda dos jovens visando o seu ingresso no Ensino Superior, é um fenómeno mundial, sendo Angola um exemplo paradigmático, com perspectivas de um aumento considerável nas próximas décadas. Embora as inúmeras dificuldades que o país enfrenta, o crescimento na taxa estudantil universitária de Angola tem sido progressivo, porém, ainda insuficiente para a demanda da sociedade. Para a ministra, os grandes desafios do INAGBE, patentes nos seus pressupostos de gestão, também requerem uma imagem institucional de credibilidade e de referência na materialização da política nacional de bolsas de estudo internas e externas.