Petróleo em alta e pode chegar aos USD 100 no próximos ano

Os avanços registados no preço do petróleo no mercado internacional abrem, segundo especialistas, boas perspectivas para que o barril do crude possa ultrapassar a barreira dos USD 100. No entanto, há quem pense num crescimento mais moderado, admitindo mesmo uma queda em 2019.

Os preços do petróleo podem subir para USD 100 no próximo ano, um nível não registado desde 2014, devido à possibilidade de os riscos de oferta da Venezuela e do Irão pressionarem os mercados internacionais, segundo o Bank of America, num relatório sobre o assunto e divulgado recentemente em Nova Iorque. Na última semana (Sexta-feira) o Brent chegou a tocar nos USD 78, a 11 de Maio, e deverão atingir a casa dos USD 90 no segundo trimestre de 2019 devido à redução dos stocks internacionais, sugerem várias análises feitas na semana finda.

Uma desta análises é do Bank of América. No entanto, esta visão depende da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em conseguir reanimar a produção e do impacto limitado das sanções dos EUA ao Irão. Os preços poderão subir ainda mais, afirma o banco, o primeiro de Wall Street a sugerir o regresso dos preços desta matéria- prima aos USD 100.

Um máximo de três anos

O petróleo subiu e atingiu o nível mais elevado dos últimos três anos porque a decisão do Presidente dos EUA, Donald Trump, de reaplicar sanções ao Irão ameaça restringir um mercado já consumido pela forte procura, pelos cortes de produção da OPEP e pela perda não planeada de oferta da Venezuela, país produtor que enfrenta problemas. De acordo com os especialistas do renomado Banco of América, “analisando os próximos 18 meses, esperamos pressão sobre o equilíbrio global entre a oferta e a procura de petróleo”, salientou Francisco Blanch, chefe de research de commodities do Bank of America, num relatório.

Outros bancos de Wall Street mantêm perspectivas optimistas para o petróleo, mas nem de perto tão elevadas quanto as do Bank of America. O Goldman Sachs Group prevê que o barril de Brent subirá para USD 82,50 nos próximos meses, e afirma que existe uma possibilidade de os preços superarem esse nível, mas também projecta que o petróleo volte a cair em 2019. Tudo isso acontece numa altura em que Angola tem estado a perder terreno face à Nigéria em termos de produção de petróleo e à posição de maior produtor em África.

A informação consta no relatório mensal do mercado petrolífero relativo a Março da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Problemas de segurança na região do Delta do Níger, nomeadamente ataques contra as instalações dos produtores petrolíferas, faziam com que a produção da Nigéria se ficasse por apenas 1,427 milhões de barris por dia, quando na mesma altura Angola comunicava estar a produzir 1,722 milhões de barris por dia, mais 300 mil barris que o seu “concorrente” directo. A situação manteve-se em 2017, com Angola a produzir 1,632 milhões de barris e a Nigéria 1,510 milhões de bpd.