BNA não vende divisas há mais de uma semana

O Banco Nacional está desde o passado dia 02 do mês em curso sem realizar sessões de leilão de venda de divisas. E, desde o mês de Abril, as vendas semanais não ultrapassam os EUR 50 milhões. Na sua última sessão, o banco central vendeu EUR 25,0 milhões, o valor mais baixo do ano

Cerca de EUR 25 milhões foi o último montante colocado pelo Banco Nacional de Angola no mercado primário no dia 2 do presente mês. O valor serviu a importação de viaturas de transporte de carga e viaturas de transporte de passageiros. Desde o mês de Abril que o BNA não efectua vendas de divisas superiores a EUR 50 milhões.

Sectores como saúde, educação, bens alimentares, transportes, telecomunicações e indústria continuam com dificuldades de importar, numa altura em que o preço do Brent, principal referência das exportações de Angola, está a ser cotado a USD 77. OPAÍS entrou em contacto com o Gabinete de Comunicação e Imagem do banco central para abordar o assunto, mas sem sucesso.

De acordo com o relatório semanal do BNA (de 2 de Maio) a última sessão realizada no mercado primário foi apurada com uma taxa de câmbio média ponderada de Kz 275,337 por Euro, com depreciação de 0,757%. Já no mercado secundário e informal, desde a entrada em vigor do novo regime cambial, a 9 de Janeiro, até 30 de Março último, o diferencial das taxas de câmbio da moeda nacional face ao Euro, registou uma redução de 17,48% passando de 101,19% para 83,72%.

No dia em referência (2 de Maio), contribuíram para o apuramento da taxa de câmbio 15 dos 18 bancos participantes, tendo a taxa mais alta sido de Kz 275,865 por euro e a mais baixa de Kz 274,863 por euro.

Cálculos do OPAÍS, feitos a partir dos relatórios do BNA, indicam que o BAI liderou os leilões, sendo a instituição bancária que mais divisas adquiriu, entre finais de Abril e o princípio de Maio, com mais de EUR 18 milhões adquiridos, num montante global superior a EUR 100 milhões. Seguemse na lista os bancos, SOL, BFA e Millennium Atlantico.

Casas de Câmbio há sete meses sem divisas

As casas de câmbio, que há sete meses não participam nos leilões do BNA, estão entre as instituições mais afectadas pela escassez de divisas. O facto já obrigou muitas casas de remessas de valor a fecharem agências e a despedir trabalhadores. Um grupo de empresários do sector, escreveu ao Presidente da República sobre o assunto.

(Leia a matéria com mais profundidade na edição de 5ª feira, 17)