Cristóvão Kajibanga incentiva jovens a executar instrumentos musicais tradicionais

Cristóvão Kajibanga incentiva jovens a executar instrumentos musicais tradicionais

O director provincial da Cultura de Benguela, Cristóvão Kajibanga, aconselhou os jovens a aprenderem a executar instrumentos musicais tradicionais, de forma a preservar o cancioneiro popular assente, sobretudo, na língua nacional umbundu.

O responsável, que falava a propósito do Acácias Fest, evento multicultural que decorre de 16 a 18 de Maio, em Benguela, admitiu que é comum ver os mais velhos a tocarem os instrumentos que propagam os valores tradicionais da cultura angolana, havendo para o efeito a necessidade de passar este legado à juventude. Cristóvão Kajibanga realçou que a execução destes meios devia ser expandida a fim de promover uma certa afeição no seio da juventude, na perspectiva de ser ela própria a continuadora da música popular.

Dentre os instrumentos que predominam em Benguela, o responsável citou o “Etacambua”, muito utilizado no Bocoio e que se resume a uma espécie de chocalho cujo som assenta no cancioneiro local, enquanto o “Ekola”, usado entre os caçadores ou ukongo (em Umbundo), cruza a dança e o canto. Segundo Kajibanga, no Cubal abunda o “Otchitita”, que é a génese do Blues e do Jazz muito difundidos nos Estados da América, assim como “Tchissumba”, uma espécie de guitarra, porém em formato retangular.

O responsável dá ainda conta da Mbulumbumba, um instrumento tocado pelo cantor folclórico Tiviné, no Lobito, e que é tido como Berimbau na linguagem brasileira. “Da Catumbela vem a Puíta, que a base da fricção produz sonoridades que sugerem uma determinada forma de expressar sentimentos por parte de quem a toca”, explicitou, adiantando que a execução destes instrumentos até pode modernizar-se, mas sem perder de vista o folclore. É nesse sentido que Kajibanga apoia a ideia de se promover, no Acácias Fest, um encontro de sons, onde os instrumentos musicais tradicionais e modernos são as principais atracções e traduzem, no fundo, uma homenagem à cultura local.