Israel “desapontado” com a posição do Governo angolano

Israel “desapontado” com a posição do Governo angolano

O embaixador de Israel em Angola afirmou que o seu país está descontente com o pronunciamento do Governo angolano relativamente aos últimos acontecimentos na Faixa de Gaza, todavia, garantiu que a posição de Angola não vai afectar as relações entre os dois países

POR: Rila Berta

Em entrevista exclusiva, ontem, a OPAIS, Oren Rozenblat afirmou que o Estado de Israel está decepcionado com a posição tomada pelo Governo angolano em relação aos últimos acontecimentos na Faixa de Gaza. As Forças Armadas Israelitas mataram, nos últimos dias, vários manifestantes palestinianos que se opuseram à transferência da embaixada Americana de Tel Aviv para Jerusalém. O diplomata justificou que as mortes de palestinianos surgiram em defesa da soberania, alegando haver terroristas no seio destes manifestantes, que “estão a atacar a fronteira” do seu país, causando também mortes a civis. Entretanto, garantiu que a posição de Angola não vai afectar as relações entre os dois países. O diplomata afirmou que Angola e Israel têm uma relação boa de amizade e que cooperam em vários  domínios, sobretudo no da agricultura. “Angola tem novo Presidente.

O futuro de Angola passa pela agricultura e nós podemos ajudar neste aspecto”, disse. Para aclarar esta situação e evitar um eventual mal-entendido, Oren Rozenblat anunciou, para breve, um encontro com o ministro angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto, durante o qual pretende que se resolva este “desentendimento” de forma diplomática. Cerca de 61 palestinianos morreram na última Segunda-feira em confrontos com forças israelitas na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel. O confronto foi condenado de modo quase unânime por líderes mundiais, entre os quais o Governo angolano. Questionado sobre a razão que levou Israel a usar armas com munições letais, o diplomata israelita disse que as forças armadas do seu país defenderam-se de um ataque do movimento islamita Hamas, e não de um protesto.

“Um dos líderes do Hamas, Salah Bradawil, garantiu que, das 61 pessoas que morreram, 50 eram terroristas do Hamas”, justificou. O embaixador referiu que os líderes do Hamas haviam utilizado palavras de ameaças, tais como “nós vamos destruir a fronteira com Israel e arrancar os corações dos corpos deles”, alegou. Acrescentou que os responsáveis do Hamas usaram a rede social Facebook para lançarem mensagens orientadoras, dirigidas aos seus militantes, no sentido de se fazerem munir de armas brancas a fim de passarem a fronteira e atacar aldeias israelitas localizadas naquelas proximidades. Oren Rozenblat afirmou que o Hamas não quer paz e que, o referido movimento a tem intenção de destruir o Estado de Israel. O diplomata garante, por isso, que Israel apenas se defendeu.

“Israel não ficará isolado a nível internacional”, diz embaixador

De acordo com o embaixador, Israel não corre o risco de ficar isolado a nível internacional, pelo contrário, o diplomata entende que o facto de os Estados Unidos de América terem mudado a sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém é prova disso. “E também outros países o fizeram, como as Honduras e a Guatemala. Nós esperamos, também, que Angola venha a mudar a sua embaixada para Jerusalém”, disse.O diplomata enalteceu a posição tomada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, quando na passada semana assinou um memorando presidencial que retira os Estados Unidos de América do acordo nuclear com o Irão. Considerou este gesto benéfico para a diplomacia israelita.

“Anteriormente, no Médio Oriente, apenas o Egipto e a Cisjordânia estavam a favor de Israel. Agora muitos países estão com Israel, por exemplo, a Arabia Saudita, por causa das ameaças do Irão”, disse. Oren Rozenblat justificou a posição americana explicando que o Irão prefere usar o seu capital para financiamento ao terrorismo no Líbano e no Iémen em detrimento de projectos ligados à Saúde e à Educação que beneficiem cidadãos seus. Israel até entende que no futuro possa, eventualmente, assinar um acordo com os palestinianos no sentido de partilhar a capital. Mas, “por agora, nos próximos 70 anos, Jerusalém ocidental é capital de Israel”, declarou.