“AcáciasFest”, primeiros passos da celebração artística em homenagem aos 401

“AcáciasFest”, primeiros passos da celebração artística em homenagem aos 401

Estreado a 16 de Maio, o “AcáciasFest” promete que vem para ficar, apostado em ser um encontro anual destinado à celebração da arte, na sua verdadeira acepção, brindado a Benguela pela Soba Catumbela, em homenagem aos 401 anos que a cidade das Acácias Rubras ontem, 17, comemorou

Texto de: Zuelide de Carvalho

Em três palavras, “Acácias- Fest” é: arte, vida, cultura!!! Conceito criado para permitir aos benguelenses e visitantes que, num único espaço, possam desfrutar de múltiplas facetas do universo artístico, num ambiente tão quotidiano como surreal. A ideia e patrocínio surgem da Soba Catumbela, apoiando causas culturais.

Assim, fazendo homenagem à celebração do aniversário do município de Benguela, reuniram trabalhos de artistas locais, nacionais e internacionalizados para deleitarem amantes de arte. Eleito o Museu da Arqueologia, popularmente chamado de “Museu da Escravatura”, para oferecer resguardo ao maior acontecimento cultural do ano em Benguela, o “AcáciasFest” que termina hoje, 18. Obras expostas no certame, que visa homenagear os 401 anos da cidade das Acácias Rubras Quem expõe elogia…

A soberana da arte com reciclagem em Benguela chama-se Edna Matos, “Kioka”. O seu atelier “Era Uma Vez” já funciona há mais de um ano e, a colaboração com artistas passou de 6 para 30. A sua bancada é a mais colorida. Há tanto para maravilhar, difícil é escolher.

Trouxe para esta feira alguns artesãos que trabalham consigo. Juntos, dão mais variedade à festa da diversidade que é o “AcáciasFest”. Para a ocasião, “quisemos trabalhar principalmente com o ‘lixo’ que a Soba Catumbela faz.

Sendo a patrocinadora do evento, pensámos que seria giro mostrar, o lixo que fazemos, em quê que pode ser transformado”, esclareceu. “Estamos a fazer o atelier de reciclagem com crianças, de manhã e à tarde”, criando arte usando apenas os materiais que são desperdiçados após o consumo das bebidas que a marca representa, de refrigerantes e cerveja.

Para a Kioka, o evento está a ser espantoso, todavia, “acho um desperdício este espaço (museu) estar fechado e não ser usado assim durante o ano”, não só pelo valor histórico imensurável que tem. Fundamentalmente, também porque “temos uma data de artistas que não têm espaço para trabalhar, para expor e, se um artista não mostra aquilo que faz, não vale de nada, é necessário isso”, apelou.

Ana Paula Sanches, artista, dedica o seu amor à arte aprimorando- se em tapeçaria diariamente, há largos anos. Participando no “AcáciasFest”, tem a exposição “Teias, Tapeçaria e Tecelagem”, a decorrer simultaneamente em dois espaços em Benguela. Encantada com o que esta feira de artes reúne e oferece, a artista plástica incentiva a sociedade benguelense a visitar o interior do museu e deixar-se seduzir pelas sensações visuais e auditivas, abundantes no festival.

A uma exposição anterior denominou: “Estudos Sensoriais, A Poesia das Coisas Materiais”. É assim que tem vindo a perceber a evolução da sensibilidade do público Angolano para as questões artísticas, ansiando um constante aprimoramento. “Eu penso que sim, (a sociedade) está mais sensível às artes visuais. Cada vez mais as pessoas se vão interessando, muitas galerias a promover artistas…”, em Luanda. Algo que Ana Sanches gostaria de ver nacionalmente.

Sobre o “AcáciasFest”, a artista plástica realçou o seu entusiasmo por estar presente, partilhar as suas obras, absorver tudo quanto tem decorrido nas festividades e mostrou-se feliz por levar consigo muita inspiração para trabalhos futuros.

Ver, ouvir, sentir e respirar ARTE Há uma forte componente dinâmica nesta celebração artística pois, para além de estarem expostas obras de variadas áreas, com diferentes técnicas envolvidas, há múltiplos eventos a decorrer em simultâneo, para manter o interesse do público.

Há graffitis nas paredes, há street dancers a fazer competições de hip-hop, há arte com materiais reciclados, há esculturas de madeira e com conchas, há artesanato feito com coco, há skaters e música ao vivo… … Mas não é tudo.

Há ainda o lançamento de um livro diferente a cada noite, há workshops para adultos e crianças, há caricaturas feitas ao minuto, há telas fotográficas expostas, há arte, vida e cultura!!!