Caça ilegal afugenta Palanca Negra no Luando

Caça ilegal afugenta Palanca Negra no Luando

As autoridades tradicionais da localidade do Luando, província do Bié, deixaram de ver as manadas compostas por 12 animais, o que acontecia entre quatro a duas vezes por ano

Texto de: – Milton Manaça 

A falta de fiscalização e a caça ilegal na reserva florestal do Luando, município do Cuemba, província do Bié, estão a afugentar os antílopes, incluindo palancas negras gigantes, segundo o chefe local de departamento do ambiente, Raimundo Cufa.

O responsável afirmou que a província conta apenas com 35 fiscais, quando o necessário seria mais de 400 para pôr cobro à situação, o que dificulta o controlo destas zonas. “Nos últimos dois anos as autoridades tradicionais da localidade deparavam-se com manadas compostas por 12 animais, quatro a duas vezes por ano, o que já não acontece actualmente”, lamentou, em entrevista à Angop.

A instituição que Raimundo Cufa dirige, em parceria com outras instituições públicas locais, pretende levar a cabo uma serie de palestras junto das populações, a fim de desencorajar tais práticas. Esperam contar com a colaboração dos sobas, líderes religiosos e organizações juvenis nas actividades de sensibilização, assim como a denunciarem os infractores.

Em Dezembro último, o Presidente da República, João Lourenço, criou, por despacho, o Comité Executivo para Acompanhamento e Reforço da Implementação das Medidas de Protecção e Conservação da Palanca Negra Gigante.

A nova entidade é apoiada por uma Unidade Técnica coordenada por Vladimir Russo, em representação da Fundação Kissama, integrando os seguintes membros: Pedro Vaz Pinto; Jesus António Manuel; um representante do Governo Provincial de Malanje e um representante do Instituto Nacional de Biodiversidade e Áreas de Conservação.

Não tendo sido incluso representante do parque do Luando, no Bié. A palanca negra gigante, existente nas províncias de Malanje e Bié, concretamente nos parques de Kangadala e Luando, tem como características essenciais longos cornos (chifres), podendo atingir o comprimento de 1,65 metros, enrolados em semi-círculo sobre o dorso.

Duas manchas brancas na região facial isoladas, uma na região pré-ocular e outra na banda peribucal, bem como parte da região facial, dorso e flancos, são negros no macho adulto (maior de cinco anos) e nas fêmeas e juvenis de cor castanha.

A palanca negra gigante foi descoberta em 1909. Na altura foi motivo de espanto dos cientistas, que consideraram extraordinário que um animal com características tão especiais permanecesse escondido nas matas do interior de Angola.

A raridade deste animal e as suas características únicas fazem com que esteja incluído, desde 1933, nas listas internacionais de espécies sob protecPalanca Negra Gigante ção absoluta.