BAD vai investir até 35 mil milhões de dólares na industrialização em África

BAD vai investir até 35 mil milhões de dólares na industrialização em África

O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, anunciou que vai investir até 35 mil milhões de dólares na industrialização do continente

O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, anunciou ontem Segunda-feira, 21, que vai investir até 35 mil milhões de dólares na industrialização do continente e avisou que “atirar dinheiro para o problema” não chega.

“A questão de como financiar a industrialização [num contexto de crescimento fraco das economias e de dívida pública excessiva] é fundamental, e uma das questões em que podemos ajudar é na capacidade de dar aconselhamento informado, dizer o que funcionou e não funcionou e não repetir erros, o que às vezes até é mais importante que simplesmente atirar dinheiro para o problema”, advogou Adesina.

Num pequeno almoço com os jornalistas em Busan, Coreia do Sul, que marcou o arranque dos Encontros Anuais do BAD, Adesina declarou que nos próximos dez anos, “o BAD espera investir entre 30 a 35 mil milhões de dólares para financiar a industrialização”, e acrescentou que “esse investimento pode ser alavancado até 65 mil milhões de dólares”.

O objectivo final, apontou, é “fazer o PIB industrial de África passar de 700 mil milhões de dólares para 1,7 a 2 biliões, mas para além disso, importa o impacto na economia real, porque nessa altura o PIB geral africano poderá ter subido para 5,6 biliões, e este é o montante de que precisamos para livrarmos as pessoas da pobreza e criarmos empregos”.

O plano do BAD nesta área está assente em quatro pilares, notou o presidente do banco: “apoio à agricultura, que é o caminho mais rápido para a industrialização, apoio no desenvolvimento de clusters industriais e zonas económicas especiais, apoio no desenvolvimento de políticas industriais e apoio no financiamento das infraestruturas, como estradas, portos e logística”.

Os recursos dos governos podem advir dos impostos, mas não só, ressaltou Adesina: “Anualmente, os governos recebem cerca de 500 mil milhões em impostos, é muito dinheiro, o Investimento Direto Estrangeiro também é enorme, passou de 10 mil milhões em 2010 para os 60 mil milhões actuais, também é uma boa quantia, e depois há que mobilizar capital nos mercados financeiros, e temos feito esse papel importante”, respondeu Adesina quando questionado sobre como podem os Estados africanos contornar os constrangimentos financeiros para apostar na industrialização.