Consulado de Eduardo dos Santos no MPLA encerra a 7 de Setembro

Consulado de Eduardo dos Santos no MPLA encerra a 7 de Setembro

O líder do partido no poder reiterou a vontade de abandonar a vida política activa em 2018, na mesma sala em que o fez há algum tempo. Em Setembro encerra- se um ciclo e abre-se um novo no seio do MPLA

POR: Dani Costa

O presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, reafirmou ontem, em Luanda, a intenção de abandonar a vida política activa em Setembro deste ano, durante a realização do 6º congresso extraordinário. O antigo Presidente da República, que dirigiu o país de 1979 a 2017, retomou o desejo durante o encontro de ontem, que determinou igualmente a data de 7 de Setembro para a realização do conclave que vai encontrar o seu sucessor. Na reunião que teve como único objectivo aprovar a resolução sobre a realização do VI Congresso Extraordinário do MPLA e o respectivo cronograma para a sua preparação e realização, José Eduardo dos Santos disse que o “MPLA está a viver a fase de transição política ao nível da sua Presidência, que culminará com a eleição de um novo Presidente no próximo Congresso Extraordinário do Partido, em resultado da vontade manifestada pelo actual Presidente de abandonar a vida política no ano de 2018, apesar de o seu mandato regular terminar em 2021, por força dos estatutos do MPLA”. “Na altura, recordo-me de ter dito em linhas gerais, aqui nesta sala, que tudo que tem um começo deve ter um fim, porque é assim a dialéctica da vida. Mas, em boa verdade, na vida do nosso partido, o fim de um ciclo deve ser o recomeço de outra fase da sua existência”, avançou o político.

Durante o discurso, o ainda líder do MPLA sugeriu que o partido saiba reter tudo “o que fez de positivo e lhe permitiu chegar à fase em que nos encontramos, e estabelecer novos objectivos para os seus militantes, visando materializar os ideais proclamados pelo MPLA desde a sua fundação”. Eduardo dos Santos assegurou ainda que a transição a que se assiste no partido é a que ele e os seus correligionários desejavam. ‘Esta é uma transição que todos desejamos que se processe de forma pacífica e natural, sem quaisquer sobressaltos, demonstrando-se, assim, a maturidade política do MPLA, como um Partido com mais de 60 anos de existência, que soube sempre superar momentos difíceis, congregar os seus militantes, mobilizar o povo e manter a sua unidade e coesão para alcançar as vitórias mais retumbantes da história moderna de Angola”, realçou.

Segundo o presidente do MPLA, “a chave do sucesso do partido foram no passado, como são no presente e serão no futuro, a unidade, a capacidade de cerrar fileiras perante as adversidades, a clareza da sua linha política e a determinação em alcançar os objectivos traçados”. O comunicado final de ontem, lido pelo porta-voz do partido, Norberto Garcia, destaca que ‘o Comité Central, ao apreciar os documentos que servirão de suporte ao Processo de Transição Política na Liderança do MPLA, aprovou a resolução sobre a realização do VI Congresso Extraordinário, o Cronograma de Acções a desenvolver no quadro da sua preparação, bem como a Resolução que aprova a Metodologia sobre as Modalidades e Formas de Consulta aos Órgãos Intermédios do escalão imediatamente inferior”.

O mesmo órgão recomendou igualmente que este processo decorra num contexto de ampla participação dos militantes, para a salvaguarda dos princípios e valores do MPLA, com vista ao reforço da unidade e coesão no seio do partido. Por outro lado, o Comité Central manifestou ainda a mais elevada gratidão a José Eduardo dos Santos pela sua liderança exemplar e inquestionável, reconhecendo os seus feitos na construção de um Partido forte, coeso e promotor das transformações políticas, económicas e sociais, ocorridas na República de Angola”. Por este facto, considerou fundamental que se destaque a sua “liderança e o espírito humanista, como forma de preservar e enaltecer o seu legado político”.