serviço Prisional expulsa agentes acusados de subtrair alimentos

serviço Prisional expulsa agentes acusados de subtrair alimentos

O ministro do Interior, Ângelo Veiga Tavares, exarou o despacho que orienta a expulsão dos quatro indiciados. Entre eles está um sobrinho de um alto funcionário da Direcção Nacional dos serviços Penitenciários

Texto de: Paulo Sérgio

Os quatros efectivos dos Serviços Penitenciários, acusados de terem subtraído produtos alimentares da logística da Comarca de Viana, em Luanda, foram expulsos da corporação, na Sexta-feira, após a conclusão das investigações. Segundo apurou OPAÍS, dos quatros acusados apenas dois compareceram à cerimónia de despromoção e expulsão que decorreu na parada deste estabelecimento prisional, de forma a desencorajar tais práticas. Entre os afastados, segundo a nossa fonte, está um sobrinho de um alto funcionário da Diracção Nacional dos Serviços Penitenciários.

“Aos que se furtaram a comparecer à cerimónia de despromoção e expulsão da corporação, serão notificados a comparecerem noutra ocasião e caso não o fizerem serão aplicadas outras sanções, conforme consta no nosso regulamento”, declarou.

Na altura em que se registaram os indícios deste crime, por volta das 4horas do dia 30 de Setembro, a direcção do referido estabelecimento prisional accionou o Serviço de Investigação Criminal que fez deslocar uma equipa de peritos à cadeia. Depois de um apurado trabalho de averiguação e interrogatório a alguns dos agentes, os investigadores terão concluído estar diante de um furto de produtos alimentares.

Em função do resultado de tais investigações, o ministro do Interior, Ângelo Veiga Tavares, exarou um despacho ordenando a expulsão dos acusados. Contactado por este jornal, o porta-voz dos Serviços Penitenciários, Menezes Cassoma, confirmou a expulsão e que apenas dois dos quatros atenderam à convocatória para o efeito.

“Há um despacho do Ministro do Interior que orienta a expulsão dos quatro efectivos”, disse.

Tigre captura foragidos

Uma das equipas de efectivos de diversos órgãos do Ministério do Interior que participa na Operação Tigre, desde meados do mês passado, detiveram, no último final de semana, um dos três reclusos que se havia evadido desse estabelecimento prisional. De acordo com fontes de OPAÍS, os polícias detiveram-no em flagrante delito e só no decorrer das investigações é que se terão apercebido que se tratava de um dos marginais que fugira, em Fevereiro, da cadeia de Viana.

O fugitivo foi conduzido ao referido estabelecimento prisional na semana finda. Dos três prófugos, um dos quais capturado na altura, saíram do estabelecimento sem que fossem vistos pelos guardas. Conforme noticiou OPAÍS a 18 de Fevereiro, os três fugiram por volta das 7:20h, quando se encontravam a trabalhar no campo agrícola, sob vigilância dos efectivos dos Serviços Penitenciários.

Muzango Bunga, de 39 anos, e Ricardo Mulunda, de 28 anos (que foi capturado momentos depois), terão escapado pelo muro de vedação da cadeia quando trabalhavam na horta do estabelecimento. Muzango Bunga, o prófugo natural do Uíge, e o seu comparsa Ricardo, nascido na província da Lunda-Norte, foram sentenciados a dois anos de prisão efectiva por posse ilegal de arma de fogo. Os dois, segundo Meneses Cassoma, já cumpriram metade da pena.

“O homem que esteve a fazer escolta ganhou muita confiança neles, por causa do tempo de convivência, e não implementou o que os regulamentos dizem”, explicou uma fonte deste jornal. No dia 9 de Fevereiro do corrente ano, outros dois reclusos, Bruno Neto e Alberto Nádio, de 18 e 30 anos, respectivamente, fugiram da mesma cadeia.

Polícias com poucos meios no posto fronteiriço do Chiluange

O posto policial da fronteira entre a Angola e a República Democrática do Congo (RDC), na comuna do Chiluange, município do Muconda, província da Lunda-Sul, carece de meios de salvamento, aquartelamento e de alojamento, bem como de reforço de efectivos.

A informação foi avançada pelo comandante Provincial da Polícia Nacional na lunda-sul, comissário aristófanes dos santos, no final da visita de constatação ao posto fronteiriço do chiluange, que visou avaliar as condições de trabalho dos efectivos e da situação criminal na circunscrição. Em entrevista à angop, disse que os meios de trabalho à disposição do efectivo são insuficientes para combater eficazmente a imigração ilegal, sendo uma fronteira fluvial que necessita de uma atenção especial.

O comissário disse que o comando Provincial está a trabalhar no sentido de construir um novo posto policial, que em princípio será na localidade do Muriege, uma vez que o actual está num lugar impróprio e não possui condições para o exercício das actividades específicas da Polícia de Protecção de Fronteiras (PPF).

“o efectivo está ao serviço da pátria e têm uma responsabilidade na garantia da inviolabilidade das nossas fronteiras, logo, precisamos melhorar as condições de trabalho e de acomodação para que possam sentir-se valorizados”, reiterou.

Fez saber que o comando está igualmente preocupado com a promoção do efectivo, manifestando-se satisfeito com o nível de organização e de funcionamento do posto. Em Maio do ano em curso, o posto policial registou sete tentativas de entrada ilegal de cidadãos da RDC.

A comuna do chiluange dista cerca de 200 quilómetros da cidade de saurimo e tem uma população estimada em mais de quatro mil habitantes, distribuídos por 14 aldeias que fazem fronteira com a república Democrática do congo, que desenvolvem actividades como agricultura, pesca e caça.