Ponte da Precol deixa populares com medo

Ponte da Precol deixa populares com medo

A única passagem, para quem sai do cazenga para o rangel (e vice-versa), depois de lhes ser proibido atravessar a passagem de nível do caminho de Ferro de Luanda (cFL), é a ponte metálica, que está em péssimo estado de conservação; treme e deixa os populares em risco iminente. os munícipes temem que se venha a registar um segundo acidente envolvendo a ponte daquela zona

Texto de Romão Brandão

Quem vem da rua do conhecido Tanque do Cazenga e quiser ir ao Rangel, por causa da linha férrea tem de necessariamente passar pela conhecida ponte da Precol. Passam por esta ponte, diariamente, milhares de cidadãos e o número aumenta quando chega o fim-de-semana, principalmente no Domingo.

Aos Domingos, pelo facto de tanto os moradores do Cazenga quanto os do Rangel que professam a Religião Católica, terem a Paróquia da Nossa Senhora das Graças (no Rangel) para participarem na missa, a circulação na ponte aumenta. Apesar de ser metálica, o medo reina no seio dos seus utentes, devido à ameaça de poder vir a cair.

A cor acinzentada da ponte não disfarça a ferrugem que tomou conta das bases, das escadas e do corrimão, não apenas pelo facto de ser muito usada, mas também por não ter beneficiado de qualquer manutenção, desde que ali foi implantada. Subindo pela escada que fica no lado do município do Cazenga, a ponte parece estar minimamente boa, mas a meio do percurso registam- se algumas das bases soltas e buracos que permitem ver a parte de baixo.

A situação agrava- se perto da escada que fica no lado do Distrito Urbano do Rangel, onde além de existirem duas bases soltas , certo é que balançam sempre que passa alguém. “Esta ponte está mal”, reclamou Yares Pedro Lopes, de 25 anos, ao ver o nosso repórter a fazer o registo fotográfico das duas bases soltas.

O cidadão nasceu e vive no Rangel e faz uso constante da referida ponte e considera um perigo iminente, com o qual convivem há muito tempo. A ponte precisa de ser reparada, de acordo com os munícipes, e esta responsabilidade deve ser tanto da administração do Rangel quanto da do Cazenga, pelo facto de a passagem beneficiar os dois lados e ser o único sítio mais próximo que têm, para o trânsito.

Antes era a delinquência que preocupava os moradores, nas proximidades da ponte, visto que pairavam por aquela zona vários grupos de meliantes que tiravam o sossego de quem utilizava a passagem de nível, mas agora temem que a mesma venha a cair, tal como caiu a antiga ponte de betão.

Ponte de betão desabou com pessoas em cima Embora não soubesse precisar quando foi que a anterior ponte de betão desabou, o munícipe do Rangel, Paulo Benjamim, disse que presenciou o desastre, também porque a sua casa fica bem pertinho da ponte. “Coitada das mamãs que iam à Igreja cairam com a ponte. Estas mesmas mamãs passam por esta ponte metálica que também pode cair.

É uma coisa que o governo já devia ter visto há muito tempo, não sei se estão à espera que volte a cair”, reclamou. Paulo teme que venham a morrer pessoas com a queda da ponte metálica, pelo que é de opinião que, se não repararem a ponte que a mesma seja destruída e arranjem outro sítio para que se possa fazer o trânsito. “Isto, se continuar assim, vai morrer gente.

Depois começam a falar que João Lourenço não está a trabalhar, mas este é problema das administrações. Não é mais o Presidente que tem de vir nos arranjar a ponte. Parece que a administração quer que morra pessoa, só assim se vão movimentar”, acrescentou.

A nossa equipa de reportagem esteve na Igreja Nossa Senhora das Graças para ouvir o pároco. Este não estava presente, mas no local ficamos a saber que muitas são as idosas que desistiram de ir à igreja por causa das condições da ponte.

Entretanto, tomamos conhecimento também que muitas idosas que frequentam a referida igreja são obrigadas, dada aquela situação, a dar uma volta tremenda, passando pela fábrica de plásticos CIPAL. É um percurso longo, mas algumas mamãs o fazem para “não perder a fé”, nem colocar a vida em risco.