Jornalista António Freitas enterrado hoje no Santa Ana

Jornalista António Freitas enterrado hoje no Santa Ana

Os restos mortais do jornalista angolano António Freitas, que faleceu Sábado, na República da Namíbia, vítima de doença, vão a enterrar hoje (7), no Cemitério de Santa Ana, às 10 horas

POR: Stela Cambamba

O velório realizar-se-á no Quartel-General do Exército (ex-R20), Quarta-feira (6), a partir das 19h00. O corpo chegou na noite de ontem, no Aeroporto Internacional de Luanda “4 de Fevereiro”, cuja recepção contou com várias figuras da nossa sociedade, dentre elas os jornalistas que com ele conviveram. Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicatos dos Jornalistas Angolanos, descreve António Freitas como um mestre, pelos seus feitos no exercício da profissão e não só, pelo que, o sindicato que o representou lamenta a sua morte, lembrando que o malogrado formou muitos jovens que hoje assumem a liderança em determinadas redacções. Freitas foi um jornalista correcto, segundo Teixeira, e muitos profissionais vêem a sua figura como referência.

“De modo geral, perdemos uma referência na profissão, não apenas como pessoa mas também pela competência que demonstrou ao longo do tempo, dada as várias responsabilidades que assumiu”. Suzana Mendes, jornalista, também lamenta a morte de António Freitas. Partilhou a mesma redacção com o malogrado, onde pôde notar que foi um dos melhores profissionais da instituição e não só, soube tratar e educar os profissionais mais novos, assim como lutar pela unidade da classe jornalística. Particularmente considera-o um mestre e uma pessoa que se dedicava ao seu trabalho. “É um vazio muito grande”, lamenta.

Outro jornalista com quem António Freitas trabalhou é o seu xará, António Miguel, este que não se conteve ao falar daquele que disse ter sido “seu líder duas vezes”, nos períodos de 2005 a 2008, no Agora, e de 2008 a 2011, no Novo Jornal, até antes de trabalhar no Gabinete de Comunicação e Imagem da Endiama. Com muita tristeza, disse que Freitas foi a pessoa que o recebeu e o formou profissionalmente, no Agora, e “além de ter sido um óptimo chefe de redacção, tinha o cuidado de ensinar os mais novos, os menos experientes, e a santa paciência para explicar como escrever devidamente um texto jornalístico. Palavras são poucas para descrever o grande homem que foi António Freitas”, frisou António Miguel, e acrescentado, “por isso, a sua partida deixará muita saudade no seio da classe jornalística, e um enorme vazio. Com mais de 10 anos de profissão, Miguel afirma que António Freitas foi um grande jornalista de economia, que apesar de morto, acredita que vai continuar a ser uma das suas referências incontornáveis.

História de uma vida entregue ao jornalismo

António José Freitas iniciou a profissão de jornalista na Agência Angola Press (Angop), onde durante 12 anos trabalhou, entre 6 de Maio de 1985 a 15 de Setembro de 1997. Na Angop, desempenhou várias funções, entre elas, a de editor de economia e, a partir de Janeiro de 1995, as de editor-chefe do Departamento de Serviços Especiais. Ainda em 1995, integra a equipa que funda o extinto semanário “Agora”, junto com o também falecido jornalista Aguiar dos Santos, onde permaneceu até 2008. No seu percurso profissional, António José Freitas esteve, também, ligado ao Novo Jornal, entre 2008 e 2011, tendo colaborado, ainda, em vários jornais e revistas. Até à sua morte, foi director do Gabinete de Comunicação da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA). Em 1997, António José Freitas foi vencedor da primeira edição do Prémio Kianda de Jornalismo Económico e, em 2005, viria sagrar-se vencedor do Prémio Maboque de Jornalismo.