expectativa elevada para cimeira entre Trump e Kim

expectativa elevada para cimeira entre Trump e Kim

A histórica cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos, donald Trump, e o líder nortecoreano, Kim Jong-un, que tem lugar esta Terça-feira, dia 12, está a ser vivida em Singapura num clima de grande expectativa
expectativa elevada para cimeira entre Trump e Kim

texto de: José Carlos Matias* Em Singapura

Donald Trump afirmou que tinha a convicção que tudo iria correr bem, ao mesmo tempo que agradecia ao anfitrião da cimeira, Lee Hsien Loong, com quem almoçou num ambiente marcado por optimismo de ambas as partes.

Contudo, subsistem incertezas sobre o resultado final do encontro de hoje, nomeadamente o futuro processo de verificação da potencial desnuclearização da Coreia do Norte.

Nas ruas da cidade-estado, viveu-se um dia, apesar de tudo, marcado por alguma normalidade, exceptuando as medidas de segurança apertadas e as restrições em torno dos hotéis onde os dois líderes estão instalados, no centro da cidade. Mais difícil é o acesso à ilha de Sentosa, onde vai decorrer a tão aguardada cimeira.

A incursão nocturna de Kim

A agenda de Kim manteve-se um mistério ao longo do dia. A surpresa chegou ao início da noite, quando a caravana do líder norte-coreano saíu do hotel Saint Regis, no centro da cidade, para rumar a algumas das principais atracções turísticas de Singapura.

O ministro dos negócios estrangeiros da cidade-estado publicou na sua página do Facebook fotos com Kim, junto de alguns dos locais mais populares entre os turistas como Gardens by the Bay e o ícone arquitectónico da cidade, o casino-resort Marina Bay Sands.

Esta é a terceira vez que, publicamente, Kim sai do país em visita oficial desde que assumiu as rédeas do poder no final de 2011, altura em que sucedeu ao seu pai, Kim Jong-Il, quando este faleceu.

Uma cidade-estado à medida

Singapura surge assim como local com características quase únicas para ser palco desta cimeira. É uma cidade-estado com uma dimensão pouco maior que Andorra, conhecida por ser dos países mais seguros do mundo e pelo controlo exercido pelas autoridades sobre aspectos da vida social.

Além do mais, goza de uma relativa neutralidade em termos políticos e diplomáticos. É desta forma também que encara a situação Fernando Matos, cidadão português residente em Singapura há 14 anos. “É o local ideal pela segurança, pela centralidade, pelos acessos, pela pacatez de ser uma cidade em que não há grandes manifestações”, observa.

A percepção de Singapura como politicamente neutra também joga muito a seu favor: “Por ser uma base para grandes empresas multinacionais e muito comércio, confere-lhe também essa neutralidade” . Natural de Lisboa, Fernando Matos vive fora de Portugal há 22 anos. Primeiro em Londres, depois no Dubai e agora em Singapura, onde diz sentir-se bem por “estar a viver no motor da economia mundial”.

Fernando Matos é director de patrocínios da Visa para a região Ásia Pacífico. Esta Terça-feira, tal como os restantes 5.6 milhões de habitantes de Singapura e o resto do mundo, vai estar de olhos postos na ilha de Sentosa – a Sul da ilha principal – para ver se Singapura sempre traz bons auspícios para a paz e segurança internacional.

Director da Plataforma

(Grupo Global Media)

Especial para OPAÍS

Guterres confiante

O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou-se confiante em que a cimeira entre os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte permitirá avanços no sentido da paz e da desnuclearização da península coreana. “O mundo segue de perto o que se vai passar dentro de horas em Singapura”, declarou Guterres à imprensa na véspera da histórica cimeira entre Donald Trump e Kim Jong-un.

Guterres elogiou o “valor” dos dois líderes e desejou que eles possam “quebrar o ciclo perigoso que tanta preocupação causou no ano passado”. O objectivo, sublinhou, deve continuar a ser “a paz e a desnuclearização verificável”.

“O caminho exigirá cooperação, compromisso e uma causa comum. Inevitavelmente existirão altos e baixos, momentos de desacordo e duras negociações”, alertou. Perante as potenciais dificuldades, Guterres assegurou que a ONU está pronta para apoiar o processo “de qualquer modo, incluindo a verificação, se for solicitado pelas partes-chave”.

Eles são os protagonistas”, insistiu, realçando que as Nações Unidas apenas oferecem a sua ajuda e que o seu único objectivo é o êxito das negociações. Guterres pediu, por outro lado, para que se preste atenção à situação humanitária na Coreia do Norte e recordou que a ONU está a tentar obter 111 milhões de dólares (93,9 milhões de euros) para dar resposta às necessidades imediatas de seis milhões de pessoas.