Populares de Mabubas clamam por posto médico

Populares de Mabubas clamam por posto médico

Mulheres grávidas e crianças constituem as principais preocupações desta comunidade que entre as 18 e as seis horas já não encontra serviços de táxi

POR: Alberto Bambi

Os moradores do bairro 25 de Dezembro, comuna de Mabubas, município do Dande, no Bengo, pedem às autoridades da comuna para instalarem, pelo menos, uma unidade hospitalar neste centro habitacional, a fim de acudir e assistir aos problemas de saúde de que têm padecido. “Nós queremos aqui no bairro pelo menos um posto médico, onde podemos recorrer quando nos queremos ver livres de dor-de-cabeça, febre e paludismo”, declararam algumas senhoras encontradas a disputar a aquisição de água num dos chafarizes instalados no referido centro habitacional.

Depois de ouvir o desabafo cruzado entre elas, a equipa de OPAÍS apurou que, quando foram realojados, em 2015, os sinistrados das enxurradas do Natal de 2013 saíram das tendas de Caboxa com uma equipa de técnicos de saúde que os assistiu durante os cerca de dois anos que viveram na condição de desalojados. “Prometeram-nos que essa mesma equipa viria também aqui, no bairro 25 de Dezembro, e, a partir deste grupo, se instalaria já um posto médico na zona, por ser muito distante dos sítios onde há serviços de saúde”, disseram Teca e Maria, referindo-se aos centros médicos das sedes da comuna e do município.

Teca informou que a correria para essas unidades hospitalares impõe aos moradores desembolsarem mais de 300 Kwanzas, além de os submeter a percorrerem uma distância considerável do centro habitacional até à estrada. De vez em quando, os poucos residentes que possuem automóvel, ajudam na deslocação dos pacientes e suas famílias aos hospitais. As senhoras referiram que nesta época do Cacimbo as doenças respiratórias, tosse, constipação e gripe constituem a grande preocupação dos habitantes. O problema agrava-se nas ocasiões em que as doenças ocorrem na calada da noite, período em que, além da escuridão e da insegurança no trajecto, estes populares enfrentam a falta de serviços de táxi na área.Essa condição costuma a pesar mais para as mulheres grávidas e crianças com menos de um ano.

Água minimizante

As interlocutoras deste jornal louvaram o facto de os responsáveis do Governo terem instalado, a tempo, água no bairro, uma benesse que, segundo elas, diminuiu consideravelmente a tendência de contracção de doenças diarreicas e estomacais. Entretanto, asseguraram que, quando não há tempo para controlar as crianças, é mesmo a água que tem estado na causa do surgimento das gripes e tosse, devido ao banho demorado sob as torneiras dos chafarizes. “Mas isto já é de nossa culpa”, admitiram, e apontaram a ventania e a consequente poeira que faz na zona como outros adversários da saúde.

Coordenação fala em dias melhores

O coordenador Jesus reconheceu a reclamação de seus vizinhos, mas adiantou que a sua equipa tem envidado esforços para colocar estas necessidades à mesa das reuniões com os seus superiores hierárquicos. Apesar do resultado das garantias que recebe não serem ainda visíveis, ele pede aos habitantes do bairro 25 de Dezembro para terem calma e esperança em dias melhores que os actuais. “Por enquanto, sabemos como é que o país está em crise, então é preciso compreendermos que estes projectos requerem investimento”, ponderou o líder do bairro. Finalmente, lembrou aos seus vizinhos que os pedidos da comunidade têm sido paulatinamente atendidos, tal como os já concretizados de inserção escolar, registo civil, água e energia eléctrica.