Estudantes pedem harmonização dos programas académicos

Estudantes pedem harmonização dos programas académicos

Harmonização dos programas académicos, atribuição de bolsas de estudos e de assistência ao ensino são algumas das preocupações apresentadas ontem ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) pelos líderes das associações estudantis

POR: Stela Cambamba

O programa académico administrado nas instituições de ensino superior nacionais é antigo, comparando com outros institutos no estrangeiro, revelou ontem, em Luanda, Francisco Nsungue Pangue, presidente da Associação de Estudantes do Instituto Superior de Artes em Angola (Isartes), à margem do encontro promovido pelo ministério de tutela. Os cerca de 80 representantes de associações de estudantes de instituições de ensino públicas e privadas de todo país, presentes no encontro, foram unânimes em afirmar que existem disparidades nos planos curriculares em relação às suas congéneres dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e da África Austral, pelo que pedem que as autoridades façam a uniformização.

“Com a nova direcção do ensino superior, almejamos que se faça pelo menos o enquadramento do nosso programa, de modo que não estejamos atrasados naquilo que é o ensino e o aprendizado”, apelou Francisco Pangue. A comparação entre os docentes e os discentes, o assédio, a corrupção, assim como a aceitação das organizações estudantis junto das universidades são outras das preocupações apresentadas. Além dessas, está também a necessidade de se consolidar os programas que são administrados para os estudantes, as propinas, as bolsas e assistência ao ensino. Por seu turno, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança Sambo, explicou que a importância deste subsistema de ensino advém da sua posição como um patamar elevado no processo de aumento contínuo do nível de educação e aprendizagem, que se inicia com a educação pré-escolar.

“Quando falamos de educação e aprendizagem ao longo da vida, assumimo-lo como um desígnio central para o desenvolvimento económico e social de Angola”, frisou a governante. Maria do Rosário Bragança Sambo, que também foi reitora da Universidade Agostinho Neto, contou que o encontro promovido pela instituição que dirige com estudantes do sector enquadra-se numa das acções prioritárias de um dos programas de acção do Executivo, relativo à promoção da cidadania e à participação dos cidadãos na governação. Disse que tal encontro é uma oportunidade para reafirmar a importância do desenvolvimento do associativismo universitário, não só como um pilar essencial da vida universitária, mas, também, constituindo, por excelência, um componente essencial para o Estado de Direito e Democrático. No seu ponto de vista, contribui para o desenvolvimento do ensino e do estudante num exercício de cidadania que é, simultaneamente, uma proeminente forma de aprendizagem e de crescimento pessoal, servindo os interesses dos estudantes.