Editorial: Estrasburgo

Editorial: Estrasburgo

Discursar no Parlamento Europeu é ,por si só, a assumpção de um compromisso forte com a democracia e com os direitos humanos. O discurso de João Lourenço, ontem, perante eurodeputados, não pode ser visto como uma mera vitória diplomática, nem apenas como uma oportunidade de falar para todos os cidadãos da União Europeia por via dos seus representantes. Basta conhecer um pouco da estrutura daquela casa e do seu historial para se perceber que discursar aí é firmar compromissos que serão vigiados e cobrados. Para um país como o nosso, que ainda precisa de ajuda externa para o seu desenvolvimento e que precisa de investimentos para reanimar a sua economia, estando a democracia ainda no início da sua caminhada e havendo dois processos eleitorais previstos nos próximos quatro anos, para se continuar a contar com o apoio da União Europeia, é bom que toda a nação, em particular os membros do Executivo e dos poderes judiciário e judicial percebam que é da sua acção que depende a credibilidade das palavras de João Lourenço. Em absoluto.