Transportadores de matérias perigosas carecem de formação segurança

Transportadores de matérias perigosas carecem de formação segurança

O director da empresa Modus Transportes afirmou ontem, em Luanda, que o nível de formação sobre segurança dos motoristas que transportam mercadorias perigosas ainda é insuficiente para as exigências que se requer neste serviço

Texto de: Stela Cambamba

Há um elevado número de veículos que fazem o serviço de transporte de mercadorias perigosas no nosso país cujos requisitos de segurança não são tidos em conta, de acordo com Luís Mota, responsável da Modus Transportes.

O responsável fez tais declarações à margem do seminário nacional de segurança na comercialização, transporte e utilização de combustível em Angola, organizado pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) em coordenação com o Instituto Tecnológico de Gás de Angola (ITGA) e o Angola Talents.

Dado o elevado risco por que passam os motoristas, só não aconteceu algo muito grave com os que transportam materiais perigosos por protecção divina. Esta protecção a que se refere contribui bastante para que não tenhamos níveis altos de acidentes neste sector, e que obrigariam as pessoas a não ignorarem os cuidados de segurança.

Os motoristas que transportam mercadorias perigosas são obrigados, por lei, a ter formação sobre segurança, coisa que muitos não têm cumprido, segundo o director da Modus Transportes.

“Se não houdr publicidade ver uma atitude proactiva por parte da entidade reguladora na implementação e obrigação da formação, os riscos poderão ser maiores”, alerta. Da mesma forma se vai proceder se os condutores fizerem os carregamentos e descargas sem ter o mínimo de segurança garantida para a população.

“Se o motorista estiver a conduzir um veículo cisterna de líquido perigoso e não tiver responsabilidade suficiente pode provocar um acidente. No acto da descarga, por exemplo, a primeira coisa que o motorista deve fazer é ligar o cabo-terra de forma a descarregar toda a energia estática que o equipamento tem”, acrescentou.

Luís Mota disse que apesar de serem poucas as empresas de formação sobre segurança a nível do país, existem algumas certificadas pelo Ministério dos Transportes. Defende que os agentes de fiscalização devem começar a exigir já, às empresas que prestam este serviço, os requisitos necessários para a garantia da segurança, em todas as vertentes.

Na sua intervenção, o comandante do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), Bênção Cavila, explicou que a realização do seminário pretende levar ao conhecimento dos distintos proprietários de estabelecimentos comerciais a importância da adopção de medidas de auto-protecção, destinadas a garantir e salvaguardar a vida e o património.

Contou que, por mais eficiente que seja a resposta operativa, quando se está perante um incêndio, o êxito para a sua extinção ou contenção depende do tempo operativo, que por regra deverá situar-se entre cinco a 10 minutos.

Nesta senda, qualquer tentativa de se evitar danos avultados ao património privado ou público passa necessariamente pela implementação de medidas preventivas de segurança adequadas, com vista a reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndios e limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios.

“Quem tem este tipo de formação consegue, facilmente, circunscrever e minimizar a propagação de fumos e de gases de combustão, facilitar a evacuação e o salvamento de ocupantes em risco e permitir a intervenção eficaz e segura dos meios de socorro”, concluiu.