Já se nota

Já se nota

O que é bom de observar, muitas vezes, é aquilo de que não se fala, uma espécie de linguagem corporal que o povo entende e que reage à medida.

POR: José Kaliengue

Estou a falar dos políticos, claro, que quando não conseguem comunicar com o povo em todos os sentidos acabam por colher o afastamento e a impossibilidade de materialização das suas ideias. Não falemos de sonhos, os próprios políticos angolanos há muito que se proibiram, eles próprios, de dizer esta palavra. João Lourenço, o Titular do Poder Executivo, tem um discurso mobilizador, de justiça social, aborda os anseios e também o inconformismo do povo. Eu, como tenho dito, prefiro esperar um pouco ainda. Não pelo Presidente, mas pelo país que conheço e também pela cepa que faz os nossos políticos de alto a baixo, da esquerda (temos?) à direita (temos?). Toda a gente prestou atenção ao azar do governador da Huíla na Sexta-feira, também à insatisfação social com o desempenho do Executivo local que, aliás, nem tem todas as culpas, reconheça-se. Mas da Huíla chegou-me, por várias pessoas, a confirmação de um dado o que tenho vindo a observar há algum tempo e que é capaz de matar a esperança: Há demasiada vaidade na entourage presidencial, indisfarçada. Claro, ao contrário da postura e do discurso do Presidente. Os novos anjos podem deitar tudo a perder.