Grupo SFT prevê exportar tilápia de Angola para RDC, Gana e Cote d’Ivoire

Grupo SFT prevê exportar tilápia de Angola para RDC, Gana e Cote d’Ivoire

O grupo empresarial que há 20 anos actua no mercado europeu, chinês e na África Ocidental, prevê produzir em Angola cerca de 120 mil toneladas de peixes diversos. A exportação da tilápia (cacusso) é o próximo desafio da SFT em Angola

POR: Hélder Caculo

A implementação de políticas sobre o mar no contexto das nações, o apoio incondicional a iniciativas privadas que contribuem para alavancar o sector das pescas, estão entre os principais desafios do Executivo para o presente ano económico. O objectivo é apoiar a diversificação económica em curso no país. É pensando nestes desafios que o grupo empresarial SFT Angola, empresa que actua há 20 anos no sector das pescas, pretende, até 2019, começar a exportar a tilápia (vulgo cacusso) pescado nos rios de Angola para outras paragens do mundo. Em entrevista a OPAÍS, António Júnior, administrador da SFT Angola, declarou que numa primeira fase a República Democrática do Congo, Gana e Cote d’Ivoire serão os principais destinos.

Posteriormente, a empresa poderá alargar a sua base de exportação da tilápia para a Europa e a Ásia. “Encontramos a necessidade dos mercados estrangeiros adquirirem a tilápia, e estamos a trabalhar em conjunto com diversos parceiros para aumentarmos a produção e dentro de anos possamos congelar a tilápia para exportar aos Congos, Gana e Cote d’Ivoire”, revelou o empresário. O responsável acredita que a exportação da tilápia é uma porta aberta para a entrada de cambiais no país, por isso, recomenda um maior engajamento do Ministério das Pescas neste desafio. A protecção do carapau é também outro desafio do Executivo que o grupo abraça.“Para proteger e cumprir com o desiderato do Executivo em relação à protecção do carapau, estamos também a importar o referido peixe, visando a sua protecção.

As quotas são distribuídas às empresas, o que é uma vantagem. Temos embarcações no alto mar que pescam, congelam e distribuem peixe diverso ao mercado angolano”, avançou. Em 2017, o grupo SFT Angola produziu cerca de 75 mil toneladas de peixe nacional e importado. Segundo o seu administrador, este ano a cifra pode aumentar. “Este ano pretendemos chegar às 120 mil toneladas. Na estratégia do Executivo de fomentar as exportações, já estamos a exportar as espécies que temos em abundância no nosso mar, como o cachucho e a sardinha”, referiu.

O empresário defende mais competitividade no sector e aponta muitas irregularidades nos preços dos peixes praticados nas províncias, como as Lundas, Moxico e Cuanza-Norte, em comparação a Luanda. A actuar nos mares de Luanda, Benguela e Namibe, o Grupo possui acima de 80 trabalhadores. Até 2022 ambiciona produzir cerca de 350 mil toneladas de pescado diverso. “Estamos a construir um entreposto comercial para 20 mil toneladas em Malanje. Escolhemos Malanje para colocarmos lá os produtos ao preço de Luanda. Malanje é estratégico e tem uma vantagem de ter o caminho-de-ferro e por isso, ficará mais barato para os consumidores das províncias de Moxico, Cuanza- Norte e as Lundas, que passarão se abastecer em Malanje”, acredita.