Benguela carece de mais de 500 escolas

Benguela carece de mais de 500 escolas

Para dar alguma condignidade às fracas condições de acomodação a que centenas de milhares de crianças estão sujeitas no presente ano lectivo, a província necessita de substituir e comprar cerca de 10 mil carteiras e cadeiras

POR: Zuleide de Carvalho, em Benguela

A província de Benguela carece de 577 escolas de 12, 20 e 40 salas para colmatar a carência que se regista, há décadas, neste sector, revelou Evaristo Calopa Mário, director local da Educação. Enquanto tal não acontece, 64% das crianças que estudam em escolas públicas sujeitam-se a condições de acomodação insatisfatórias. De acordo com o director do Gabinete Provincial da Educação, Evaristo Mário, das 1.276 escolas em funcionamento, 1.132 são públicas, 64 comparticipadas e 80 são privadas. Perfazem no total 11.009 salas de aulas e, destas, 9347 são públicas, 821 comparticipadas e 841 privadas. “Das 9.347 salas de aulas de escolas públicas, 64% delas são salas de aulas provisórias e improvisadas”, declarou.

Dessas salas provisórias e improvisadas, depreende-se que “não tenham instalações adequadas para o exercício da actividade de ensino e aprendizagem”, afirmou. As provisórias são “escolas de chapas” e, improvisadas, existem mesmo e é ao relento que estão. Por conseguinte, realçou o gestor escolar, “há necessidade de construção de salas de aulas definitivas que venham dar ao sistema uma adequada condição de habitabilidade para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem da melhor maneira possível”. Dados do Gabinete da Educação de Benguela apontam existir 3.953 salas de aulas provisórias e 2.105 improvisadas, sendo as restantes definitivas, equivalente a apenas 3.289, no universo das 9.347 “salas” de aulas, de escolas públicas, em funcionamento. Pelo que, ao construir-se 577 escolas, com 12, 20 e 40 salas, somar-se-ão, assim, 7.058 salas definitivas às 3.289 actuais.

Esta projecção existe documentalmente e está em posse dos órgãos superiores de direito, garantiu Evaristo Calopa Mário, que diz aguarda que haja verbas que permitam a materialização desse plano. Reconhece, por outro lado, que devido às circunstâncias económicas que o país vive nos últimos três anos, não há data para resolução desta problemática de cariz vital. No entanto, para dar alguma dignidade às fracas condições de acomodação a que centenas de milhares de crianças estão sujeitas no presente ano lectivo, é necessário substituir e comprar cerca de 10 mil carteiras e cadeiras.