Comércio alimenta dois terços da economia informal no país, revela estudo

Comércio alimenta dois terços da economia informal no país, revela estudo

Cerca de dois terços da economia informal praticada em Angola é derivada da actividade comercial, cujos produtos são provenientes da produção interna e externa, informou, ontem Segunda-feira, o director de estudos do Ministério das Finanças, Osvaldo João.

O responsável fez este pronunciamento ao apresentar o tema “ políticas de investimento, públicos e o combate à informalidade na África subsariana”, inserido na sessão de abertura da mesa redonda sobre economia informal que decorre em Luanda, até hoje, Terça-feira, uma iniciativa da Fundação Sagrada Esperança. Segundo Osvaldo João, os avanços registados nos sectores agrícola e industrial não têm sido suficientes para reduzir significativamente o peso da economia informal em Angola.

Disse ser na produção não petrolífera onde a economia informal predomina, havendo expectativas de que o seu crescimento contribua para a redução da informalidade, aliado aos investimentos do Executivo na educação, pois muitos dos cidadãos inseridos na actividade económica informal têm baixo nível de escolaridade. Referiu que entre 2002 e 2012 o PIB da economia angolana cresceu significativamente, um crescimento suportado pela economia petrolífera. Realçou que em 2002, a economia petrolífera representava uma fatia muito significativa na composição do PIB de Angola, mas este peso foi superado pela economia não petrolífera, a partir de 2016.

Frisou que ao nível de finanças públicas, apesar da grande volatilidade do preço do petróleo, disse que o Governo tem trabalhado para manter o nível da despesa pública estável, com impacto nas despesas correntes e de investimentos em período de redução de preço de petróleo. “Devido à redução de receitas fiscais, o Executivo tem menos recursos para atender as necessidades de desenvolvimento do país e na execução de políticas de combate à informalidade”, sublinhou. Explicou que o Executivo teve que fazer um ajustamento nas despesas, baixando de 12,5% as despesas de investimento em 2014 para cerca de 4,6 % em 2017 e 3,9% em 2018.

Referiu que a economia angolana tem enfrentado as consequências da dívida pública e caso não sejam implementadas as reformas necessárias o futuro será mais desafiante, pois a dívida pública saiu de USD 34,2 milhões em 2012 para USD 75 milhões em 2017. Na mesa redonda estão a ser debatidos, entre outros temas, a importância do sector informal nos países da África subsariana, informalidade e mercado de trabalho em Angola, características de informalidade em Angola, qualificação profissional, terciarização e redução da informalidade.