Automobilistas queixam- se do mau estado das estradas do Sumbe

Automobilistas queixam- se do mau estado das estradas do Sumbe

O mau estado das vias rodoviárias da cidade do Sumbe, província do Cuanza-Sul, está a travar a mobilidade dos automobilistas, bastante agastados com essa situação que condiciona o seu trabalho, tornando-o mais moroso e perigoso. Por isso, clamam pela intervenção urgente do Governo para a consequente reabilitação

POR: Texto de Brenda Sambo
Enviada ao Cuanza-Sul

Todos os dias, tem sido é um verdadeiro martírio circular de carro na província do Cuanza-Sul, tanto para os que a visitam, como para os residentes, devido ao estado de degradação das vias de trânsito. Para além dos acidentes, que a qualquer momento podem acontecer, os automobilistas arriscam perder as viaturas, entre outros danos. A falta ou quase nula manutenção das vias da cidade do Sumbe não se regista apenas nas estradas primárias, secundárias e terciárias, mas, sim, em toda sua extensão. Do escasso asfalto que existia, restam apenas buracos e muita areia vermelha. Em consequência disso, a poeira e as doenças fazem vítimas constantes entre aquela população.

O lamento chega de todos os lados, principalmente daqueles que diariamente têm essas vias como meio para o sustento de suas famílias, como o taxista local Narciso Alberto. Este cidadão declarou que não há congestionamentos naquela cidade. Dado o péssimo estado das vias, para chegar-se a qualquer ponto os taxistas fazem entre 30 e 40 minutos, quando poderiam fazer apenas 10 minutos. Sem as vias reabilitadas, o trajecto dos que dependem dos táxis tem sido penosos e doloroso, acompanhado pelos gastos necessários para a manutenção do veículo.

O nosso interlocutor diz-se cansado de apelar ao Governo local para reabilitar as vias, pois há muito tempo que vê a cidade naquele estado. “A reabilitação vai proporcionar melhores condições de vida à população da região e das províncias vizinhas também, que muitas vezes utilizam esta via para realizarem as suas trocas comerciais”, ressaltou. Se para os taxistas de carro tem sido difícil, para os de motorizada é pior ainda, como descreve Ambriz Julião, mototaxista. O seu trabalho diário, entre buracos e poeira, tem sido “um tremendo sacrifício”. Chega completamente cansado e sujo à casa, dadas as péssimas condições das vias de circulação. Ambriz é obrigado a andar com uma máscara na boca para se proteger da poeira e de uma possível infecção bacteriana. Diariamente, por causa do estado das estradas, transporta 8 a 10 pessoas para os vários pontos da cidade do Sumbe, tendo como lucro diário 1000 Kz, um valor bastante baixo em relação aos dias em que as estradas ofereciam melhores condições. O jovem, que há 3 anos trabalha como mototaxista, apelou também às autoridades competentes para a reparação urgente das vias, para eliminar os transtornos decorrentes desta situação que afecta a todos que circulam pelas ruas da cidade capital do Cuanza-Sul.

Descredibilizada a taxa de circulação

Para o automobilista Horácio Domingos, que chega a desembolsar 7000 Kz em taxa de circulação, é fundamental que o Estado aplique este recurso na reabilitação das estradas no Sumbe. É uma acção que, infelizmente, não vê e lhe tem deixado intrigado, porque todos os anos paga essa taxa. O interlocutor não entende a intensa pressão feita pela fiscalização para que se pague a taxa de circulação quando, curiosamente, as vias continuam em péssimo estado de conservação. Enquanto a solução das vias do Sumbe não aparece, os automobilistas aconselham que as viagens sejam feitas com máxima prudência, devagar, devido aos buracos, e para evitar acidentes. “São tantos buracos na via que, se não tiveres cuidado, para chegar de um troço ao outro, acabas por dar cabo do carro”, enfatizou Manuel Alfredo. A outra preocupação, avançou Manuel, se verifica quando chove na região, pois a circulação torna-se quase impossível.