Balança comercial entre Angola e África do Sul regista queda

Balança comercial entre Angola e África do Sul regista queda

A balança comercial entre Angola e África do Sul registou, no primeiro trimestre de 2018, o valor de 311 milhões, 83 mil e 737 Rands (USD 25 milhões, 270 mil e 815), uma diminuição de 11,92 por cento em relação ao período homólogo de 2017.

Esses números contrastam com os dados comparativos do I Trimestre de 2018 e do I Trimestre de 2016, em que se registou um aumento na ordem de 68,61 por cento, ou seja, um valor global de 810.062.521 Rand (66.536.354 USD). Segundo a agência de notícia Angola Press, que cita um relatório apresentado esta semana, em Joanesburgo, pelo representante comercial de Angola na África do Sul, Videira Pedro, a diminuição da balança comercial entre 2017 e 2018 é parcial, na medida em que os dados disponíveis reportam apenas até Maio deste ano. O documento aponta para previsões de um ligeiro aumento, até ao final de 2018.

Os dados avançados pelo também negociador chefe de Angola na Zona de Comércio Livre dão conta de que, de Janeiro a Março de 2016, as exportações da África do Sul para Angola estimaram-se em 1.718.687.553 Rands (câmbio médio de 1 USD = 12,31 Rand). Já de Janeiro a Março de 2017, as exportações cifraram-se em 1.905.324.867 Rands, contra os 1.377.984.390 Rands do mesmo período de 2018. Em relações às importações, a África do Sul recebeu de Angola, de Janeiro a Março de 2016, produtos na ordem de 3.508.992.008 Rand, contra 4.825.775.580 Rands do mesmo período de 2017 e 3.987.351.366 do triénio Janeiro a Março de 2018. Assim, a balança comercial cifrou- se em -1.790.304.455 Rands, de Janeiro a Março de 2016, contra -2.920.450.713 Rand do mesmo período de 2017, e -2.609.366.976 (2018). Segundo Videira Pedro, ouvido pela imprensa angolana, à margem da 10ª Reunião de Cúpula dos BRICS, as exportações de petróleo e derivados de Angola continuam a constituir 99,71 por cento do volume das importações sul-africanas, referentes às trocas bilaterais.

Além dos produtos minerais (99,71 por cento), essas importações circunscreveram- se em animais, vegetais, gorduras, óleos e produtos da sua associação, produtos químicos, plásticos e borrachas, madeira e artigos de madeira, obras de pedra, gesso e cimento. A esses juntam-se as pedras preciosas, semi-preciosas, materiais básicos, metais, máquinas e aparelhos, equipamentos eléctricos e suas partes, veículos, aeronaves, e equipamentos de transporte, óptica, medição, cinematrográficos e outros bens não especificados. Juntos, perfazem um peso total de 0,29 porcento na balança, contra 99,71 dos minerais. Por sua vez, aquele país exportou animais vivos, produtos de origem animal, vegetais, animais ou vegetais, alimentos preparados, produtos minerais, químicos, plásticos e borrachas, couros, peles e seus derivados, madeira e artigos de madeira, pastas de madeira, têxteis, calçado, chapelaria e guarda-chuvas.

Exportou ainda obras de pedra, gesso, cimento, pedras preciosas, semi-preciosas, metais básicos e produtos metais, máquinas e aparelhos, equipamentos eléctricos e partes, veículos, aeronaves, equipamentos de transporte, óptica, medição, cinematográficos, artigos fabricados, obras de arte, colecção e antiguidades, e outros não especificados. De acordo com Videira Pedro, as relações comerciais entre os dois países têm melhorado, sublinhando que o incremento da balança comercial registado entre 2016 e 2018 deve-se às acções de investimento da rede de supermercados sul-africana Shoprite. Sugeriu que as autoridades angolanas trabalhem para diversificar os produtos exportados para a África do Sul, onde afirma haver mercado para os empresários locais. Para si, Angola tem condições para exportar ananás de qualidade. “Mas há que fazer um grande esforço, porque o mercado da África do Sul é competitivo e exigente”, vincou.