Obras da poetisa Florbela Espanca revisitadas no “Camões”

Obras da poetisa Florbela Espanca revisitadas no “Camões”

A VII edição do projecto “Escritor do Mês na Biblioteca do Camões” leva àquele espaço cultural as obras da poetisa portuguesa, Florbela Espanca.

Entre os dias 13 e 27 de Agosto a partir das 10 horas da manhã, os leitores da Biblioteca Camões poderão tomar contacto com as obras da poetisa portuguesa, Florbela Espanca, no quadro da promoção da língua portuguesa e divulgação de autores de língua portuguesa. Assim, o “Núcleo de Leitura” criado para o efeito, tem vindo a proceder à revisita de vários autores consagrados de língua portuguesa, através da leitura colectiva de extractos das respectivas obras e das biografias, através de momentos interactivos e da participação activa de jovens, sobretudo estudantes universitários e pré-universitários, utentes da Biblioteca. Em dois dias de cada mês, com ou sem presença do autor, a obra e a biografia do autor escolhido serão revisitadas e analisadas.

Entretanto, sobre Florbela Espanca, alguns escritores de referência escreveram acerca da sua singular forma de se assumir como poetisa o amor. José Régio: “Florbela é a expressão poética de um caso humano. Decerto para infelicidade da sua vida terrena, mas glória do seu nome e glória da poesia portuguesa. Florbela viveu a fundo esses estados quer de depressão, quer de exaltação, quer de concentração em si mesma, quer de dispersão em tudo, que na sua poesia atingem tão vibrante expressão”. Maria Teresa Horta: “Florbela seduz- nos hoje, com a inquietude das sensitivas, com o enigma contido dos sentimentos excessivos, a ardência do coração, a desobediência do corpo feminino, com a entrega desabrigada e perecível de quem sabe ter vindo demasiado cedo à própria vida. Desesperada e desiludida. Como ela mesma confessou: Batalho continuamente, por um ideal que não existe; e esta constante exaltação torna-me desesperada e desiludida”.

A poetisa

Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa no Alentejo, em Portugal, em 1894. Teve uma vida breve e intensa, a que pôs fim com o suicídio em 1930. A sua poesia foi marcada por um erotismo que Jorge de Sena considerou ser “uma das mais importantes expressões de feminino na poesia portuguesa”. Os primeiros poemas de Florbela Espanca foram escritos aos nove anos de idade. “A Vida e a Morte”, um soneto, que dedicou ao irmão. Em 1907, escreveu o seu primeiro conto “Mamã”. Frequentou o Liceu em Évora, no Alentejo e a Biblioteca pública onde tomou contacto com escritores da literatura portuguesa e mundial, como Camilo Castelo Branco, Guerra Junqueiro, Alexandre Dumas, Balzac, entre muitos outros. Em 1911, casou- se com o seu colega de escola, Alberto Moutinho. Em 1916, começou a publicar os seus poemas e a colaborar com diversos jornais e revistas.