Luanda entra em obras em época de chuva

Luanda entra em obras em época de chuva

Em 12 meses, o Governo prevê reabilitar 15 avenidas e ruas terciárias. Além da pavimentação, iluminação pública, tratamento de colectores e redes de telecomunicações, instalar a sinalização vertical e horizontal e a arborização, contudo sem revelar os respectivos custos aos cofres do Estado.

Seis dias depois do início da época chuvosa, que oficialmente começou no dia 15 do corrente mês, o Governo Provincial de Luanda procedeu ao lançamento do programa de reabilitação urbana da capital do país, que está a cargo da construtora Mota-Engil. Ao intervir da cerimónia de consignação das obras, na rua Machado Saldanha, o governador provincial, Adriano Mendes de Carvalho, recomendou aos empreiteiros que façam um trabalho de elevada qualidade, tendo em conta que “se tem dito que o melhor fiscal é a chuva”. “Reparem que noutros países onde quase sempre chove, as obras duram mais tempo. Porquê que, em Angola, esperamos sempre pela chuva para certificar a qualidade da obra? Chamo essa atenção para que nos apresentem obra de qualidade”, apelou.

Na esperança de desafogar o trânsito, melhorando a mobilidade de pessoas e bens, nesta fase o projecto comtempla as vias 28 de Agosto, Kimbangu – Calemba II (no município do Kilamba Kiaxi), as avenidas Major Canhangulo, Comandante Kwenha e parte da 5ª Avenida (no município do Cazenga). Foram ainda contemplados nesta fase, a 3ª, as ruas Ngola Mbandi, Machado Saldanha, entre outras. Na esperança de dissipar quaisquer dúvidas sobre a qualidade do trabalho que espera da construtura, o governante disse que a população está agastada com a qualidade e os atrasos que se registam para a conclusão das obras no país. Contundo, acredita que este trabalho vai corresponder às espectativas dos luandenses, ao olhar para o historial da empreiteira, tendo como fundamento a qualidade dos seus trabalhos. “Pretendemos, desta vez, tirar o chapéu, desde que nos apresentem uma obra de qualidade”, almeja.

Governante anseia pela colaboração dos munícipes

O governante apelou à população não só a colaborar com a empreiteira, como também a ajudar a proteger os equipamentos e o material. Por outro lado, penitenciou-se, antecipadamente, sobre os constrangimentos que ocorrerão na circulação rodoviária, assim como com o ruídos, entre outros, garantindo que, por tudo isso, se pretende ser breves na execução. Quanto às obras na cidade de Luanda, revelou que não param por aqui, porque o que está a ser feito é pouco, garantindo que os projectos serão desenvolvidos em todos os pontos críticos. “Tenho a certeza de que vamos conseguir outras possibilidades para reabilitar outras vias”, garantiu.

Mais de 75 % dos postes sem cabos

Segundo Adriano Mendes de Carvalho, há ainda o problema da falta de iluminação pública que provoca inúmeros constrangimentos. Em função desta situação, pede à população em geral que apoie na fiscalização. “Não é possível que ao longo das vias encontremos mais de 75 % dos postes sem cabos. Aos automobilistas que derrubam os postes, começaremos a penalizá-los”. Entretanto, o crescimento exponencial da população e o aumento de número de veículos na cidade de Luanda têm sido apontados como causas dos grandes constrangimentos nas ruas da capital, acrescidas com a indisciplina dos automobilistas. Adriano Mendes de Carvalho disse que apurou, nas suas visitas de constatação, que grande parte da iluminação pública está vandalizada, através de roubos de cabos eléctricos, de postes e que há falta de arborização adequada em todo o território. Assim, como a existência de infra-estruturas com inúmeros problemas de saneamento básico. Reconheceu, por outro lado, o estado calamitoso das ruas secundárias e terciarias que seriam fundamentais para a mobilidade e a circulação de pessoas e bens. “O apelo é extensivo para a conservação dos jardins”, finalizou.